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Gian Kojikovski
Gian Kojikovski

Diversificação e o risco do seu portfólio de investimentos

A diversificação de ativos dentro de um portfólio de investimentos funciona da mesma forma que o cinto de segurança de um carro: é uma maneira “barata” de se proteger contra imprevistos que surgem mesmo quando o motorista é profissional. Ou seja, ainda que você estude profundamente os ativos que investe, nem todos os fatores que incorrem em risco em um determinado case podem ser mapeados. Assim, dividir os ovos entre muitas cestas pode funcionar como um seguro, já que, se uma dessas cestas cair no chão e os ovos quebrarem, os outros seguem sãos e salvos.

Para o investidor pessoa física – que não é especialista em investimentos e nem possui o tempo necessário para estudar cada ativo – a diversificação se torna ainda mais importante. Embora não seja possível evitar as quedas na bolsa, ela serve para amenizar riscos, sejam geográficos, setoriais ou quaisquer outros.

Mas como todo seguro, a diversificação tem seu custo. O primeiro deles é que ela não é montada para maximizar o retorno, mas para reduzir risco e volatilidade. Warren Buffett diz que a diversificação é uma proteção contra a ignorância e que faz pouco sentido para quem sabe o que está fazendo. Suponhamos que um investidor consegue ter previsibilidade total dos riscos e retornos envolvidos em diferentes ativos. Nesse caso, não seria preciso diversificar, apenas comprar o ativo com maior retorno no período desejado. Como é impossível ter essa previsibilidade – ou seja, somos ignorantes quanto ao cenário -, a diversificação serve como proteção.

Ainda assim, cada um sabe seu apetite ao risco. Conheço pessoas que têm seu portfólio extremamente concentrado, mas todas elas passaram centenas de horas estudando cada ativo, o que diminui bastante o nível de imprevisibilidade. Isso não quer dizer que elas não estejam correndo certo risco, já que cenários como fraudes ou informações incompletas sempre estão presentes. A máxima de Buffett segue sendo verdadeira.

E como montar um portfólio de forma a reduzir riscos? No final do dia, tudo depende do perfil do investidor – por isso, a diversificação deveria ser vista de forma diferente para cada pessoa. Na maioria das vezes, o básico de variação dentro de uma carteira passa por ações domésticas, ações internacionais, renda fixa pública e privada com diferentes indexadores e algo relacionado a imóveis, como fundos imobiliários. Mas alguns investidores farão sua alocação 100% dentro de um ou dois desses grupos de forma inteligente, levando em conta os riscos de cada investimento. Ter várias classes de ativos não significa necessariamente estar mais seguro.

Em geral, uma carteira que possui entre 15 e 20 ativos divididos em diferentes indústrias e geografias e com exposições opostas a alguns eventos macroeconômicos é o suficiente para minimizar os perigos da alocação em renda variável. Mais do que isso pode pulverizar também o retorno.

Dito isso, o desafio de quem quer montar sua alocação de maneira diversa e independente é escolher quais ativos comprar. Vale levar em conta alguns dos pontos que levantei nesse texto de introdução sobre o assunto. Quem quiser saber mais pode ler este artigo.

Para quem é assinante Suno, a casa de análise acabou de lançar o Suno Portfólio, que se baseia no modelo de Yale, para ajudar a montar a carteira de seus clientes de acordo com o perfil pessoal (se você não é assinante ainda, pode aproveitar Suno Premium com 30% de desconto clicando aqui).

A diversificação não previne totalmente contra perdas, mas traz tranquilidade. Se você ainda não sabe bem onde está pisando, é o melhor caminho a seguir.

Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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