Ícone do site Suno Notícias
Gian Kojikovski
Gian Kojikovski

Ano eleitoral é ano de volatilidade. O que fazer?

Ano de eleição é aquele negócio: investidores eufóricos, bolsa caindo ou subindo a cada nova pesquisa, muita volatilidade e pouca visão de longo prazo. Claro que a liquidez, nesses casos, é majoritariamente dada por grandes players ou por traders alavancados tomando stop ou saindo de posições depois de ganhos pontuais. O que faz o pequeno investidor focado no longo prazo nesse caso? Na minha opinião, o melhor caminho é aceitar que a volatilidade pode ser uma oportunidade de comprar posições descontadas por um medo irracional do mercado.

O maior exemplo recente de como a irracionalidade eleitoral do mercado financeiro diz muito pouco sobre os investimentos foram as eleições nos Estados Unidos em 2020. Quando Biden era visto como favorito após pesquisas importantes, o mercado se movimentava de forma negativa (ainda que em proporções menores do que acontece no Brasil). Além disso, era quase consenso que uma vitória do ex-vice-presidente levaria a um ano ruim para o mercado em 2021 – pior ainda se Câmara e Senado tivessem maioria democrata, o que se concretizou.

New York Times

O S&P 500, no entanto, tem o melhor resultado da história para os 365 dias pós-eleição:

Desempenho S&P 500 após eleições

Não precisa dizer que essa não é uma análise da qualidade política ou não dos governos – até porque 365 dias são muito pouco tempo para essa avaliação -, mas apenas mais um entre tantos exemplos de que é impossível prever o futuro. Quando a previsão envolve política e o investidor pessoa física, o resultado é mais desastroso ainda.

As incertezas e especulações costumam gerar uma maior volatilidade para os anos eleitorais. O levantamento a seguir, feito pelo Santander, mostra como a volatilidade do Ibovespa é maior em anos de eleição, principalmente a partir de junho, coincidentemente o momento em que as candidaturas se definem e as pesquisas começam a ser mais frequentes.

Volatilidade em anos eleitorais. Fonte Santander

Para 2022, não resta dúvida que teremos uma campanha polarizada e poderemos sentir essas oscilações a cada pesquisa de intenção de voto ou debate. Ou seja: quem sabe, algumas oportunidades de comprar em momentos de mercado irracional apareçam.

Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

Mais dos Colunistas
Rodrigo Amato As oportunidades do ano de 2023

O ano de 2023 é um desafio, qualquer que seja o futuro presidente, que só será conhecido em 30 de outubro, no segundo turno da votação. Há pontos a serem equacionados,...

Sair da versão mobile