Fiagro: A Porteira de Entrada no Agronegócio
A frase “O Brasil é o celeiro do mundo” foi dita pela primeira vez pelo ex-presidente Getúlio Vargas e refere-se diretamente à potência agrícola deste país de dimensões continentais.
No ano de 2020, o agronegócio contribuiu com 26,6% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional e somente no primeiro semestre de 2021, o PIB do Agro cresceu 9,81% impulsionado principalmente por um avanço vertiginoso do setor da produção agrícola com 14,46%, segundo os cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) da ESALQ/USP em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Ainda de acordo com a mesma entidade, a população ocupada no agro representa 20,55% em termos nacionais, empregando mais de 18 milhões de trabalhadores. É evidente, em uma análise simples, a representatividade do setor na economia brasileira e na casa dos brasileiros, no entanto, quando o assunto é investimento, o cenário não é o mesmo.
Os investimentos no agro sempre foram restritos a players específicos: o governo, produtores rurais e grandes investidores institucionais. Essa característica se pautava principalmente nos tickets de entrada que variavam em alguns milhões de reais e as dificuldades operacionais da “roça”.
Porém, o processo de financial deepening que se iniciou no Brasil nos últimos anos, tem mudado drasticamente essa característica, primeiramente com um maior acesso do público investidor do varejo às grandes empresas listadas como SLC Agrícola (SLCE3), Brasil Agro (AGRO3), São Martinho (SMTO3), Jalles Machado (JALL3), Boa Safra (SOJA3) entre outras. Agora, com regulamentação do Fiagro, os investidores poderão acessar a cadeia agroindustrial por completo. Mas, afinal de contas, como é esse tal de Fiagro?
Fiagro é o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais, uma nova classe de estrutura de investimento que teve inspiração na nos FIIs (Fundo de Investimento Imobiliário), mas com expansão de escopo de investimentos e aprimoramentos para torná-lo flexível e atrativo ao setor e aos investidores. Seu objetivo principal é atuar no agronegócio podendo investir em diversos meios como: Investimentos Líquidos (Títulos de Agro), Private Equity, Companhias Fechadas e terras. Os tipos de Fiagro são os seguintes:
- Fiagro – Imobiliário (terras);
- Fiagro – Participações;
- Fiagro – Direitos Creditórios.
O quadro abaixo especifica cada um dos tipos de veículo e suas principais nuances:
O Fiagro nasce, portanto, como uma nova classe de estrutura de investimento ampla e que possibilita ao investidor de varejo um acesso muito conveniente a um setor pujante da economia e anteriormente restrito aos grandes bolsos.
No dia 13 de julho de 2021, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regulamentou, de forma temporária, dada a grande utilidade e demanda pelo veículo, por meio da ICVM nº39, o registro desses novos fundos. Já são vários os pedidos de registro protocolados e ofertas em análise pela CVM.
Novos produtos vão chegar ao mercado e, pela primeira vez os investidores terão acesso a um importante veículo na democratização e financiamento do agronegócio!
Agro é Top, Agro é Pop, Agro é FIAGRO!