Francisco Amarante

A importância da constante atualização dos assessores de investimentos

Incertezas no cenário internacional, o aumento da inflação e das taxas de juros e a expectativa com as medidas que o novo governo tomará a partir de 2023 aumentam a responsabilidade dos assessores junto aos seus clientes

A divulgação de estudos recentes pela B3 e pelo Serasa reforçam a importância da educação financeira para o investidor brasileiro e fortalecem a importância da educação continuada para os assessores de investimentos e outros profissionais do mercado financeiro.

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As incertezas no cenário internacional, o aumento da inflação e das taxas de juros e a expectativa com as medidas que o novo governo tomará a partir de 2023 vêm deixando o mercado muito volátil, aumentando a responsabilidade dos assessores junto aos seus clientes.

Conhecer o perfil do investidor, a sua aversão ao risco e mesmo os seus objetivos no médio e longo prazo são de suma importância em cenários incertos, pois dessa forma você consegue mitigar o ímpeto de tomadas de decisões irracionais e levadas pela emoção. Mas só isso não é o suficiente, pois por vezes percebemos o total desconhecimento do investidor brasileiro em assuntos básicos que dizem respeito ao seu dinheiro.


Levantamento feito pela Anbima no Raio X do Investidor, com base em 2021, em plena pandemia, mostrava que apenas um terço dos brasileiros investiam em algum produto financeiro, com destaque para as classes A/B, e destes 54% precisavam do dinheiro para alguma emergência.

Curiosamente 23% das pessoas ainda preferiam a caderneta de poupança, muito embora 2% dissessem ter investido em criptoativos, o mesmo percentual dos que investiam em títulos públicos, ações e títulos privados.

Quando observamos no relatório qual é o objetivo que levam os brasileiros a investir, 32,7% disseram poupar para a compra de um imóvel, 23,6% desejavam manter aplicado o recurso, 8,3% queriam comprar um carro e 8% não souberam responder. Uma parcela menor indicava economizar para a aposentadoria.

Aparentemente o perfil conservador do brasileiro continua prevalecendo na hora de investir, e a poupança continua liderando a opção de investimentos, mesmo entre as classes mais abastadas. Porém, segundo estudo sobre o comportamento dos investidores, publicado recentemente pela B3, mesmo com as incertezas globais e os impactos das eleições, em 2022, o número de investidores pessoas físicas em renda variável atingiu 4,6 milhões, sendo 200 mil apenas no 3º trimestre do ano.

Já o Tesouro Direto atraiu 25% a mais de investidores se comparado com os últimos 12 meses e a renda fixa atraiu 3 milhões de pessoas a mais, em grande parte devido ao aumento da taxa Selic.
Mas o que chama a atenção nesse estudo da B3 é a maior diversificação das carteiras dos investidores, que deixaram de ser majoritariamente em ações e passaram a compor outros ativos, como o Fiagro, com mais de 90% do saldo em custódia com as pessoas físicas, os BDRs e os ETFs, que atraíram um número significativo de CPFs, se comparado com o ano passado.

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A democratização do mercado acionário se reflete nos “tickets” menores. Hoje 16% dos investidores já são pessoas físicas.

O papel dos assessores de investimentos no crescimento da participação das pessoas físicas em investimentos de renda variável é inegável e fortalece o papel que a educação continuada representa para a categoria que mais cresce no mercado financeiro.


Segundo a pesquisa Perfil e Comportamento do endividamento brasileiro 2022, realizada pelo Serasa, mais de 68 milhões de brasileiros estão endividados e 53% declaram ser o cartão de crédito o grande vilão. O estudo aponta que 65% das dívidas correspondem a compras no supermercado; 48% a compras de produtos; e 22% a compra de alimentos por delivery – mesmo percentual para transporte/combustível.

Outro dado que chama a atenção é que 59% dos endividados desconhecem os valores das tarifas e dos juros que são cobrados nos casos de atraso de pagamento.

A boa notícia vem do fato que 51% buscam fazer algum planejamento financeiro mensal comparando despesas e renda familiar, o que demonstra que o orçamento doméstico ainda é um tema que tem muito a ser difundido nas escolas, universidades e famílias, gerando uma grande oportunidade para os assessores, consultores e planejadores disseminarem a educação financeira.

É consenso que o conhecimento técnico dos cenários econômicos e dos produtos na hora de assessorar o seu cliente é pré-requisito básico, e ter a habilidade de transmitir a ele em linguagem acessível suas características, vantagens e desvantagens, riscos inerentes e possibilidades de retorno o ajudarão a uma tomada de decisão mais consciente. Porém, temos visto cada vez mais a propagação de outros cursos para os profissionais, que têm ganho destaque, como o de finanças comportamentais – que engloba várias outras ciências para entender o comportamento humano e noções de psicologia, sociologia, neurociência e antropologia. Estes podem ser um diferencial nesse relacionamento.

Segundo dados da ANCORD, entidade responsável pela certificação e pelo programa de educação continuada, já são mais de 20.500 AIs credenciados, 28% a mais que no ano anterior e mais de 16.200 vinculados, 35% a mais que em 2021. E esse número não para de crescer, com mais de 400 novos profissionais sendo aprovados mensalmente.

Instituído em 2021, o PEC – Programa de Educação Continuada teve em seu primeiro ano uma adesão de 78% dos profissionais, considerado um número muito bom, dado o % de assessores que suspendem ou cancelam a sua certificação todos os anos, e já são quase 500 cursos disponíveis e muitos são gratuitos.
Investir na educação é o melhor retorno para todos!

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Nota

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