Dólar forte
Temos observado uma grande volatilidade no mercado de câmbio nas últimas semanas e, quem achava que a tendência da cotação do dólar era de queda aqui no Brasil, se decepcionou.
É claro que o recente avanço da vacinação no país e melhora no quadro pandêmico contribuíram, e muito, para a melhora dos principais ativos locais no mês de junho, mas julho chegou e a o quadro se reverteu por conta de alguns motivos, principalmente. Vamos ver?
Em primeiro lugar – e talvez mais importante – está nosso conturbado quadro político. Há uma CPI em jogo, com integrantes do alto escalão envolvidos, tentando tapar o sol com a peneira.
Adicionalmente, a reforma tributária entregue recentemente ao Congresso foi fatiada e se traduziu em insatisfação de alguns setores. O resultado, além de pressão no dólar, foi uma queda na avaliação do presidente.
Que é ruim para um país com imagem já bastante afetada diante dos investidores estrangeiros. Mais força para o dólar!
O segundo ponto – e não menos importante – trata-se da força do dólar lá fora. Ou seja, o avanço da vacinação nos EUA e consequente recuperação daquela economia, por si só, já é positivo para a moeda da casa do tio San.
Além disso, o avanço da inflação americana colocou à mesa a possibilidade de aumento de juros por lá no curto prazo.
Economia americana mais forte com possibilidade de juros mais altos só poderia gerar um resultado, dólar mais forte, é o famoso voo para a qualidade.
Ou seja, os investidores que preferem alocar seus recursos em uma economia com crescimento mais robusto e com boas perspectivas de retorno (leia-se juros altos!). Dólar venceu aqui.
Por fim, o apetite ao risco para países emergentes (olá Brasil!!) segue baixo. De acordo com o Banco Central, o indicador ainda está abaixo do patamar pré-crise para os países emergentes, enquanto para as economias avançadas já ultrapassou níveis observados antes da pandemia.
Ou seja, não há apetite ao risco para o Brasil. O resultado é menos fluxo de capitais vindo para cá e mais desvalorização da nossa moeda. Ou seja, dólar forte.
Então, caros leitores, por hora a luz no fim do túnel para o dólar está amarela, em alerta. E com aproximação das eleições presidências, ainda vamos ver muita volatilidade nesse
mercado por aqui. Preparem-se para grandes emoções.