Bruno Chan

Open Finance no Brasil: avanços e perspectivas

Em pouco mais de doze meses no Brasil, o Open Finance vem conquistando possibilidades que estão promovendo uma grande revolução. O projeto busca aumentar a competitividade entre os bancos, além de melhorar a experiência dos clientes com ofertas personalizadas.

Experiência é a moeda do nosso século. Nos últimos tempos migramos para plataformas e soluções que são mais fáceis de usar e que resolvem de forma prática nossos problemas. Seja o banco digital, que revolucionou a experiência bancária e promoveu a inclusão de milhões de pessoas que até então não tinham acesso ao sistema financeiro, ou o e-commerce, que trouxe as lojas e shoppings para “dentro” dos nossos celulares e notebooks, além de redução do tempo de entrega. Não é à toa que empresas como Nubank (NUBR33), Amazon (AMZO34), Instagram e outras vêm crescendo exponencialmente. Todas elas têm um denominador em comum: o foco na experiência do cliente.

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Agora, esta revolução está chegando ao mundo financeiro de uma forma inédita. Cada vez mais, pessoas buscam serviços financeiros longe da sede física de um banco. Lojas de varejo, supermercados, aplicativos de telecomunicações, aplicativos de delivery e diversos outros segmentos estão entrando neste jogo de oferecer serviços financeiros. Para impulsionar esse movimento, o Banco Central tem implementado a agenda de ‘dados abertos’ por meio do Open Banking e o Open Finance, facilitando o compartilhamento de dados financeiros de pessoas entre bancos. O compartilhamento de dados tem o objetivo de aumentar a competitividade de empresas em serviços financeiros e melhorar a oferta de soluções para os usuários.

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Esta combinação de mais empresas oferecendo serviços financeiros e a facilidade para o compartilhamento de dados cria uma oportunidade gigantesca para consumidores, empresas e o sistema como um todo. No Brasil, em especial de um ano e meio para cá, a infraestrutura de Open Finance começou a ser desenvolvida por diversos partidos. Cada vez mais estamos notando que os bancos estão procurando soluções de análise de dados que geram insights, desde a coleta até a análise dos dados para gerar negócios. Agora os usuários passam a ter autonomia para decidir como, quando e com qual organização querem compartilhar seus dados.

Acredito que todas as empresas que oferecem serviços financeiros vão usar o Open Finance, mas nenhuma quer desenvolver sua própria infraestrutura. Afinal, elas querem focar no que fazem de melhor. Por isso, ao se conectarem às APIs de plataformas especializadas e terceirizadas, as empresas conseguem ‘pular’ a etapa de desenvolvimento de infraestrutura e podem focar em criar soluções inovadoras.

Em pouco mais de doze meses no Brasil, o Open Finance vem conquistando possibilidades que estão promovendo uma grande revolução. O projeto busca aumentar a competitividade entre os bancos, além de melhorar a experiência dos clientes com ofertas personalizadas. Por meio da inteligência de dados, as instituições conseguem, por exemplo, entender, de fato, qual é a receita real do consumidor, para além do contracheque de profissionais CLTs ou de rendas extras ignoradas pelos bancos. O Open Finance permite, também, identificar o recebimento de auxílios, pensões e outras rendas extras ignoradas pelos bancos de dados tradicionais.

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No entanto, o sistema vai bem além disso. Com tecnologias robustas de coleta e inteligência, é possível entender melhor seu cliente. Desde como os indivíduos gastam seu dinheiro e descobrir preferências até conhecer o fluxo de caixa e hábitos de consumo para, assim, indicar soluções personalizadas para cada um. Afinal, mais do que ter os dados, é preciso saber o que fazer com eles.

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Para fazer parte do Open Finance, as instituições precisam superar uma série de desafios, como por exemplo, o cenário de higienização de dados. O mercado está mudando e quem não se mobilizar agora pode ficar para trás. O Open Finance aumenta vigorosamente o número de fontes de dados disponíveis e, por consequência, o número de trocas entre as instituições.

Para se ter uma ideia, até março de 2022, aconteceram mais de 531 milhões de interações de sucesso das APIs. E o mês de março sozinho registrou 204,3 milhões de interações – isto é, 111% maior que o registrado em fevereiro. O movimento brasileiro se destaca de outros lugares do mundo. Para efeito de comparação, no Reino Unido foram registrados 3 milhões de usuários ativos no sistema nos três primeiros anos de Open Banking, de acordo com o Open Banking UK. As empresas brasileiras, portanto, precisam aprender a gerenciar e processar os dados brutos das mais variadas fontes para encontrar soluções adequadas e personalizadas com o propósito que cada cliente fique satisfeito.

Ainda que o Open Finance esbarre em obstáculos, o cenário é promissor. Na contramão das dificuldades, o sistema conquista terreno e já colhe frutos significativos. Estamos apenas no começo de uma nova era.

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Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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