Sandro César

Ataques cibernéticos: como assegurar a sua empresa em caso de invasão

Em questão à reputação da empresa, os ataques cibernéticos podem prejudicá-la e minar a confiança dos clientes. Isso pode levar a perda de clientes, de vendas e redução nos lucros

Tendo, normalmente, como principais alvos as organizações empresariais ou governamentais, o ataque cibernético é uma tentativa de desabilitar computadores, roubar dados ou invadir um sistema de computador para lançar ataques extras. Para isso, os hackers e cibercriminosos tentam destruir uma rede ou sistema com fraquezas operacionais. Quando voltado para empresas, a intenção é lucrar com pedidos de resgate dos dados.

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Esse tipo de ataque pode gerar danos imensuráveis, causando prejuízos financeiros, prejudicando as vendas, gerando riscos com multas e valores para resgate de dados e, ainda, abalando a confiança do consumidor. O impacto de uma violação de segurança pode ser amplamente dividido em três categorias: financeiro, reputacional e jurídico.

No quesito financeiro, as perdas substanciais são decorrentes de: roubo de informações corporativas; roubo de informações financeiras (por exemplo, dados bancários ou detalhes de cartões de pagamentos); roubo de dinheiro; interrupção da negociação (por exemplo, incapacidade de realizar transações online) e perda de negócios ou contratos.

Em questão à reputação da empresa, os ataques cibernéticos podem prejudicá-la e minar a confiança dos clientes. Isso pode levar a perda de clientes, de vendas e redução nos lucros.

Além disso, a empresa também pode responder às consequências legais, já que leis de proteção de dados (LGPD) e privacidade exigem que a mesma gerencie a segurança de todos os dados pessoais que possui – seja de sua equipe ou de seus clientes. Se esses dados forem acidentalmente ou deliberadamente comprometidos e a empresa não tiver implementado as medidas de segurança adequadas, poderá enfrentar multas e sanções regulatórias.

Segundo relatório divulgado pela Kaspersky, empresa internacional de cibersegurança e privacidade digital, de janeiro a abril de 2022 o número de ataques hackers em pequenas e médias empresas brasileiras cresceu 41%. Hoje, o país é um dos principais alvos de ataques, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com levantamento feito pelo Checkpoint Software, o Brasil registrou alta de 37% no número de ciberataques no terceiro trimestre de 2022.

A pesquisa Global Cybersecurity Outlook 2023, divulgada durante o Fórum Econômico Mundial, conclui que uma catástrofe cibernética pode acontecer caso os países não implementem estratégias de cibersegurança. Dados levantados pelos pesquisadores mostram que 86% dos líderes mundiais acreditam que as próximas guerras serão virtuais. O mesmo estudo apontou que o cibercrime já movimentou 10,5 trilhões de dólares. O valor só perde para o PIB dos Estados Unidos e da China.

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Alguns especialistas em cibersegurança entendem que o número crescente de ataques cibernéticos no país tem ocorrido devido ao aumento de dispositivos conectados, principalmente pelos acessos remotos das atividades via home office, responsáveis pelo aumento da vulnerabilidade das empresas.

Milhões de pessoas estão fazendo uso de computadores, notebooks, laptops e smartphones pessoais, para continuar a exercer suas atividades de trabalho em suas conexões domésticas, normalmente desprovidas de segurança. Nestes dispositivos, normalmente estão contidas informações confidenciais e dados pessoais e agora com informações da empresa onde atua.

As pequenas e médias empresas estão entre os principais alvos por cibercriminosos. Uma vez que elas já correspondem a 30% do Produto Interno Bruto do Brasil (PIB), é de se compreender que hackers dediquem mais tempo à invasão e violação de dados dessas empresas. Especialmente, quando seus respectivos sistemas de segurança podem não ser tão robustos quanto, digamos, as grandes multinacionais do país.

Os constantes ataques fizeram com que a procura por seguros de riscos cibernéticos aumentasse. Um levantamento feito pela Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) mostrou que a arrecadação desse tipo de serviço aumentou 75% em 2022.

O seguro de Responsabilidade Cibernética (RC Cyber) tem como objetivo proteger as empresas em casos de reclamações por responsabilidades na administração de dados de terceiros. Esse seguro se baseia em eventuais ameaças e busca reparar suas consequências. As principais coberturas são referentes aos gastos com notificação às pessoas afetadas, às perdas de clientes, danos à reputação, perda de receita, gastos com procedimentos regulatórios, custos de defesa e indenizações, extorsões e gastos para descobrir as causas dos vazamentos.

Sendo assim, a forma mais eficiente de evitar os prejuízos causados por ataques cibernéticos seria a contratação de ferramentas de proteção, como o seguro cibernético e a implantação de programas de disseminação da cultura da segurança da informação.

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Nota

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