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Carolina Perroni
MXRF11: saiba quanto rende investir R$ 10 mil nesse fundo imobiliário

MXRF11. Foto: iStock

Banco ou investidor? Como decidir sobre a melhor forma de financiar o crescimento do negócio

Depois de realizar o sonho de tirar uma ideia do papel e montar o próprio negócio, a segunda etapa a ser vencida por aqueles que decidem empreender é como tracionar e crescer. Inicialmente, muitos empreendem contando apenas com recursos próprios ou apoio de familiares e amigos (family & friends) – porém, é comum que essa fonte de financiamento atinja seu limite, tornando essencial a busca por aportes adicionais. Nesse contexto, decidir como atrair capital externo torna-se crucial.

O dilema se desenha entre a busca por investidores, implicando em compartilhar a propriedade da empresa, ou a busca por financiamento bancário, que frequentemente envolve burocracia e, no contexto brasileiro, é afetado por altas taxas de juros. Muitos empreendedores iniciantes podem perder a oportunidade ideal, correndo o risco de ver seus sonhos não prosperarem.

A decisão é influenciada por diversos fatores, dentre os quais o modelo de negócio, o perfil do empreendedor e o estágio em que a empresa se encontra, além, é claro, do quão rápido ele precisa desses recursos para conseguir implementar as estratégias necessárias para fazer seu negócio expandir.

Para aquelas empresas que já estabelecidas, que demonstram lucratividade e possuem um plano de negócios sólido que comprove o potencial de retorno, a opção de buscar recursos junto aos bancos pode ser uma saída. Este caminho é especialmente atraente se o empreendedor não quer abrir mão da autonomia de decidir, sozinho, o rumo da empresa. De fato quem quer dinheiro de investidor precisa entender que ele terá sim que ter mais visibilidade sobre estratégia, planejamento e sem dúvida endividamento, já que ele está investindo em busca sem dúvida retorno financeiro. Outro detalhe: o processo junto às instituições bancárias tradicionais costuma ser mais longo, e muitas vezes com necessidade de demonstração de garantias ou faturamento alto, o que inviabiliza, para muitos, o recurso bancário.

Em contrapartida, para boa parte das startups em fase inicial de operação, o aporte de capital proveniente de fundos de Venture Capital ou M&A (Fusão & Aquisição) pode ser a escolha mais adequada. Investidores de capital de risco fornecem recursos em troca de participação acionária, assumindo um compartilhamento de responsabilidades com os empreendedores. Embora esses investimentos possuam riscos, os investidores esperam obter retornos substanciais em troca. Portanto, as empresas que almejam esse tipo de financiamento devem estar conscientes da necessidade não só de dedicação do time e dos fundadores, mas também precisam estar preparadas para compartilhar a tomada de decisão com os investidores.

Como contrapartida, o capital de risco oferece, além do suporte financeiro, toda consultoria necessária para acelerar o crescimento de empresas emergentes, englobando desde questões financeiras até recursos humanos. Dessa forma, o empreendedor pode focar na lucratividade e consequente sustentabilidade do negócio.

Já os acordos de fusão & aquisição podem ocorrer visando consolidação de vertical no mercado, oportunizando empresas complementares a expandir de forma mais rápida e ganhar mercado frente à concorrência, sem a necessidade talvez de um grande aporte de capital de terceiros. Ao contrário do que muitos acreditam, não é um modelo exclusivo para empresas de maior porte. Pequenos e médios negócios também se utilizam cada vez mais dessa estratégia para se desenvolver e consolidar mercados, além de atrair talentos. A ideia, aqui, é que as empresas envolvidas fiquem mais fortes, mais produtivas e mais eficientes juntas do que separadas. Cada dia mais operações de M&A acontecem no mercado atual como alternativa à busca de capital de terceiros.

Se os desafios para permanecer no mercado são grandes, especialmente para os pequenos negócios, as alternativas para que boas ideias colocadas em prática cresçam e se consolidem existem. Adequar a melhor forma de financiamento ao perfil e à fase em que a empresa se encontra é o que será o fiel da balança no momento da escolha.

*Carolina Perroni é co-fundadora do Perroni Sanvicente & Schirmer Advogados, especialista em Direito Empresarial (com foco em consultivo) e tem ampla experiência nas áreas de Direito Civil, Societário e Governança Corporativa. Recebeu o reconhecimento da revista Análise como uma das advogadas mais admiradas do Brasil e foi rankeada pelo TTR como uma das advogadas do Brasil em número de operações de M&A.

Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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