Andressa Siqueira

Mitigando o risco fiscal e outros riscos nos seus investimentos

Com o maior grau de risco do país, torna-se ainda mais imprescindível acessar uma gama de ativos descorrelacionados entre si

O risco fiscal das contas públicas vem assombrando o mercado financeiro e derrubando resultados da bolsa de valores há alguns anos. No entanto, esse cenário não ocorre de forma contínua, nem linear.

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E agosto – conhecido como o mês que nunca acaba – já começou repondo as doses de apreensão dos investidores a respeito do tema que, em um passado recente, parecia estar próximo de se resolver.

A aprovação da PEC do teto de gastos, associada à reforma da previdência, era vista como o início de uma solução para a crise de sustentabilidade da dívida pública. Hoje, especialmente após o aumento dos gastos públicos durante a pandemia, o famoso risco fiscal volta a deixar os investidores vigilantes.

Isso se deu, porque na última sexta-feira do mês de julho, o Presidente Jair Bolsonaro declarou que estaria disposto a arcar com o aumento nos benefícios do programa Bolsa Família via endividamento da União.

Logo depois, chegaram as notícias de que boa parte do espaço fiscal para 2022 estaria tomado pelo elevado montante de precatórios (dívidas do Poder Público).

Vamos ao que interessa. Como isso afeta os seus investimentos?

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O mapa do campo minado

O desarranjo das contas públicas pode representar um forte abalo nos investimentos e na economia do Brasil, por isso acende um alerta nos investidores. Ou seja, o grau do risco fiscal funciona como um termômetro para tomada de decisão quando o assunto é investir em ativos brasileiros.

As incertezas em relação à situação da economia do país, podem evoluir para uma crise de credibilidade – circunstância na qual os estrangeiros ficam céticos quanto a capacidade de se equilibrar as contas públicas, começam a exigir mais garantias, em troca de investimentos no Brasil.

E o Brasil, por sua vez, poderia até deixar de receber investimentos, que ao invés de virem para cá, migrariam para outros países em desenvolvimento.

As agências internacionais de rating (nota para qualidade do crédito), como Moody’s, Fitch e S&P, são uma forma de acompanhar a credibilidade de um país. A Fitch, por exemplo, mantém o Brasil no grupo de maior risco de crédito, o chamado status “junk”, com uma classificação de BB-, e perspectiva de piora.

O importante é que sabendo onde estamos, fica mais fácil saber para onde ir. Siga e veja: você não precisa regredir com seus investimentos, nem investir só em renda fixa – caso não seja esse o seu perfil de risco.

Implicações nos seus investimentos e uma solução eficiente

Se você possui uma carteira de investimentos, o risco de descumprimento das metas fiscais afeta seus resultados, isso é um fato. Aliás, uma crise pode impactar a economia como um todo: câmbio, mercado de trabalho, entre outros. De modo que, aqueles que não tem investimentos podem sofrer ainda mais.

Além da fuga de capitais pressionar os resultados do Ibovespa para baixo, a situação fiscal do país também influencia a taxa básica de juros, que inclusive na última reunião do Copom aumentou a Selic de 4,25% para 5,25%, o maior salto desde outubro de 2019.

Então, para trazer segurança aos seus investimentos, a melhor alternativa é a diversificação bem feita. De novo isso? Sim, de novo isso, a diversificação é o único almoço grátis.

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Na medida em que se eleva o grau de risco do país, torna-se ainda mais imprescindível acessar uma gama de ativos descorrelacionados entre si, e minimamente desassociados ao risco Brasil.

A solução prática e objetiva é um portfólio de investimentos que inclua ações brasileiras, ações internacionais, ativos de renda fixa, exposição em commodities – que pode ser feito via fundos de investimento. É importante investir em ativos que permitam capturar oportunidades de geografias diferentes, assim é possível mitigar os riscos locais.

Você verá que na rentabilidade de um portfólio construído dessa maneira, não costuma existir uma amplitude tão grande, nem no cenário de grandes quedas, nem no cenário de grandes valorizações.

Basicamente, isso acontece porque nessa estratégia não são feitas apostas únicas. O mais importante é preservar capital e ganhar dinheiro no longo prazo, evitando fortes valorizações do dólar, grandes quedas na bolsa brasileira e outros choques que afetam os investidores menos avisados. Se manter vivo é fundamental no mercado financeiro.

Eu mencionei que esta é uma solução objetiva, não que seja simples de se construir. Vai exigir disciplina, uma boa mentalidade, e é fortemente recomendável a presença de um especialista para acompanhar. Mas o resultado final, vale a pena! Será um crescimento patrimonial consistente e sem sustos.

Por fim, polêmicas de curto prazo não devem influenciar sua decisão de investimentos de longo prazo.

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno

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Nota

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Andressa Siqueira

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