As empresas do setor de educação Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) retomaram discussões sobre uma possível fusão, após uma tentativa fracassada de união há alguns anos, segundo o jornal Valor Econômico.
Em 2017, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vetou a aquisição da Estácio pela Kroton, o que teria resultado na junção das duas maiores instituições privadas de ensino superior do Brasil. Atualmente, a Estácio corresponde à Yduqs e a Kroton, à Cogna.
Após a publicação, a Cogna se manifestou dizendo que “não há informações a serem divulgadas ao mercado sobre qualquer transação envolvendo a companhia e as entidades mencionadas na notícia”.
Apesar de não haver formalizações, o jornal revelou que já surgiram obstáculos nas negociações. O principal impasse é a inclusão dos ativos de educação básica da Cogna no acordo.
A companhia deseja integrá-los à transação, mas a Yduqs não tem interesse em adquiri-los. Como as duas empresas possuem tamanhos semelhantes, a exclusão desses ativos deixaria a Cogna em desvantagem, segundo fontes do Valor.
Em termos de comparação, em 2022, a Cogna registrou receita líquida de quase R$ 6 bilhões e um Ebitda de R$ 1,8 bilhão. Já a Yduqs apresentou receita de R$ 5,1 bilhões e um lucro operacional de R$ 1,6 bilhão.
Outro fator de complicação é a complexidade das relações entre os envolvidos. A recente aquisição da Inspira pela Advent, acionista relevante da Yduqs, e a presença de Chaim Zaher, maior acionista individual da Yduqs e controlador do Grupo SEB e da Conexia (ambas no ramo de educação básica), criam potenciais conflitos de interesse.
A Cogna, por sua vez, possui duas operações de educação básica: a Vasta, listada na Nasdaq e que inclui sistemas de ensino como Anglo e pH, e o negócio de venda de livros didáticos das editoras Saraiva, Ática e Scipione para o governo federal, que gerou um Ebitda recorrente de R$ 175 milhões em 2023.