Com um novo portfólio de marcas e redução de despesas, a Cogna (COGN3) caminha para uma recuperação eficiente em 2024. A opinião é dos analistas da XP, que nesta terça-feira (5), elevaram a recomendação das ações para compra, com preço-alvo a R$ 4,20.
Após a publicação do relatório, as ações da COGN3 no Ibovespa atingiam ganhos de 5,43% por volta das 10h50 (em Brasília).
De acordo com os analistas Raphael Elage e Rafael Barros, da XP, há espaço para a ação ser negociada a 15,6x o lucro por ação estimado para 2024.
“A recente queda parece uma oportunidade de compra”, afirmam os analistas sobre a Cogna (COGN3).
Altos e baixos da educação em 2024
O ano de 2023 foi muito positivo para as ações do setor de educação, que apresentaram uma valorização média ponderada de 73% (+79% descontando COGN3). Os ativos superaram o índice IBOV, do Ibovespa, em 51 pontos percentuais no ano (ou 0,57%, exceto COGN3). Sozinha, a Cogna cresceu 65% no ano.
Após a forte alta, o setor derreteu cerca de 8% no início de 2024. Entretanto, a Cogna (COGN3) foi a mais abalada, despencando 28%.
Segundo os analistas da XP, esta queda aconteceu “desvinculada dos fundamentos”.
“Não vemos nenhuma mudança nos fundamentos que justifique o desempenho negativo da Cogna (ou das ações de todo o setor) – pelo contrário, na verdade, agora vemos melhores perspectivas de captação para o primeiro semestre de 2024 e oportunidades de economia também”, apontam os especialistas.
Menos aluguéis podem impactar patrimônio líquido da companhia
Segundo detalha a análise da XP, a Cogna está em um bom momento e ainda pode melhorar.
Atuando com uma capacidade física maior do que a ideal, espera-se que haja uma diminuição gradual em seu tamanho, além de menos contratos de locação, o que economizaria os pagamentos de alugueis e melhora a geração de caixa em relação à renda.
“Nosso cenário base assume que a empresa pode reduzir R$100 milhões em pagamentos de aluguel (em termos reais), entre 2025 e 2027”, diz a XP, afirmando que ainda é uma premissa conservadora.
O valor representa cerca de 22% do que é gasto com aluguéis pela companhia atualmente e teria um impacto de R$852 milhões sobre o valor do patrimônio líquido – o que equivale a 11% da nossa estimativa de valor do patrimônio líquido.
Alavancagem é problema bem menor do que parece
A XP ainda aponta que o “endividamento não é tão preocupante” para a Cogna.
Na tese, a alavancagem foi um dos principais problemas que observados na análise anterior da companhia, que “impediu de ter uma visão mais otimista sobre a ação, uma vez que estávamos vendo a relação dívida líquida sobre o EBITDA ajustado em 3.9x no final de 2024″, considerada alta.
No entanto, os analistas apontam que os passivos de arrendamento podem estar superestimados e, portanto, a alavancagem pode ser menor do que pensava-se, com a estrutura de capital sendo uma preocupação menor.
Crescimento do Kroton, ensino superior da Cogna
Além disso, os analistas apotam que a Cogna (COGN3) vem executando bem o seu plano de recuperação, principalmente com a sua unidade de ensino superior, Kroton.
No processo, a empresa redesenhou seu portfólio de marcas, reduziu custos e despesas e diminuiu sua capacidade física. Os efeitos da recuperação foram percebidos nos últimos trimestres, principalmente na recuperação da rentabilidade da subsidiária.
Nesse caso, as projeções da casa também levaram em conta uma estimativa positiva para o crescimento na base de alunos e no pagamentos de mensalidades.
Ações da COGN3 sobem no Ibovespa
Nesta terça-feira (5), as ações da Cogna dispararam na abertura do mercado, após a divulgação do relatório super otimista da XP. Com preço-alvo fixado em R$ 4,20 para os ativos e upside de 62,8%, o preço dos papeis subiam +5,43% na bolsa de valores.
Cotação cogn3