A Cogna (COGN3) afirmou que as negociações com a Eleva se encontram em tratativas avançadas para a potencial transação envolvendo a troca de ativos educacionais, e que um acordo está para sair.
Em seu fato relevante, a Cogna informou que as companhias esperam assinar os documentos definitivos da transação em breve, possivelmente ao longo do dia de hoje ou nos próximos dias. “Todavia, diante da não assinatura, até o presente momento, dos contratos definitivos, não há garantia de conclusão satisfatória da potencial transação”, informou o documento.
O jornal “Valor Econômico” noticiou hoje que ambas as empresas de educação concluíram neste fim de semana o acordo de troca de ativos, após meses de negociações. Segundo o veículo, a Cogna ficará com o sistema de ensino da Eleva, que, por sua vez, vai ficar com os colégios da líder do setor de educação.
Como as escolas teriam um valor superior, avaliadas em R$ 1 bilhão, ao do material didático, estimado em R$ 600 milhões, a Eleva deve completar a diferença dando uma fatia de ações à Cogna após sua abertura inicial de capital (IPO), que deve ser feita ainda no primeiro semestre 2021.
Os papéis da Eleva ficariam com a Vasta, braço da Cogna nos serviços educacionais de ensino básico, e não dariam direito ao voto por determinado período, a fim de evitar discussões sobre a governança.
Negociação beneficiaria Cogna e Eleva
A transação faz sentido para as duas empresas. A Eleva quer aumentar seu tamanho e chegar mais robusta em seu IPO, no qual quer captar cerca de US$ 300 milhões.
A Cogna, que tem 52 escolas de marcas reconhecidas e com receita líquida somando R$ 480 milhões nos primeiros nove meses de 2020, quer direcionar seus esforços ao segmento de serviços educacionais para instituições de ensino, com venda de material didático, plataformas educacionais e gestão escolar.
Se o negócio for fechado, a Cogna incorpora ao seu portfólio o sistema de ensino da Eleva, adotado por cerca de 200 mil alunos e 300 escolas e que tem forte reputação. A companhia já possui os sistemas de ensino Anglo, pH, Pitágoras e Líder em Mim, e as editoras Ática, Scipione e Saraiva.
As negociações não são de hoje. Em 2019, a Eleva e a Kroton (antigo nome da Cogna), já haviam tratado sobre a troca. Agora, porém, o IPO da Cogna e a pressão do mercado para a Vasta realizar aquisições após sua estreia na Nasdaq devem impulsionar o acordo.