Cogna (COGN3): Transação com Eleva reduz pouco a alavancagem e frustra mercado
A transação de troca de ativos entre Cogna (COGN3) e Eleva Educação finalmente aconteceu, após meses de negociações, porém, o acordo não animou o mercado. Na análise da XP Investimentos e do BTG Pactual (BPAC11) a operação gera uma desalavancagem financeira menor do que a esperada. A recomendação de ambas instituições permanece neutra.
De acordo com o BTG, a transação vai resultar numa pequena desalavancagem de apenas 0,4 vez o Ebitda dos últimos 12 meses. Hoje a alavancagem da Cogna é de aproximadamente de 3 vezes o Ebitda dos últimos 12 meses. Portanto, essa transação irá reduzir pouco a dívida da empresa.
Para o banco, o cenário permanece desafiador por causa dos dados negativos, ou seja, a alta alavancagem financeira continuará impedindo a empresa de ter um fluxo de caixa livre positivo no curto prazo.
“A maioria dos investidores otimistas esperavam que esta transação resolveria o caso da Cogna de alta alavancagem, mas realmente não o fez”, informou o relatório do BTG. Com isso, a recomendação permanece neutra com preço-alvo de R$ 5,40
Da mesma forma, por meio de seu relatório, a XP afirmou ter ficado decepcionada com o impacto da alavancagem do grupo que foi menor do que o estimado. Segundo a corretora o impact será de apenas R$ 45 milhões e sua expectativa era de R$ 1 bilhão.
“Os termos da transação foram piores do que estimávamos e, apesar de esperadas, ainda se tem notícias negativas de pressão de resultados no curto e médio prazo da companhia”. Portanto, a XP manteve recomendação neutra com preço-alvo de R$ 5,10 por ação.
Cogna e Eleva fecham acordo de troca de ativos
A Cogna e a Eleva fecharam o acordo envolvendo a troca de ativos educacionais. A transação ainda precisa passar pela aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), segundo anúncio divulgado na noite de ontem pelas empresas.
De acordo com o fato relevante, a Eleva vai pagar R$ 964 milhões para ficar com escolas que hoje são operadas pelo maior grupo de educação privada do Brasil. Já a Cogna, por meio de sua subsidiária Vasta, vai comprar por R$ 580 milhões o sistema de ensino da empresa que tem o bilionário Jorge Paulo Lemann como um dos sócios.
Do valor a ser pago pela Eleva, R$ 625 milhões serão amortizados em parcelas por cinco anos com reajuste pelo CDI. O restante será utilizado pela Saber, empresa da Cogna, para integralização de debêntures conversíveis a serem emitidas pela Eleva no fechamento da transação.
Por sua vez, os R$ 580 milhões que a Cogna vai pagar à Eleva pelo sistema de ensino serão parcelados em cinco anos, com atualização pelo CDI.
Nesta manha, a ação da Cogna oscilava entre os territórios positivo e negativo. Após a notícia, por volta das 13h08, os papéis da Cogna operavam em alta de 0,50%, negociados a R$ 3,99.