As ações da Cogna (COGN3) fecharam em alta de 6,85% besta quinta-feira (6).
Com a alta, os papéis revertem o cenário de quedas nos primeiros pregões da semana. No pregão de segunda (3), as ações da Cogna eram uma das poucas que caiam no Ibovespa, digerindo o resultado das eleições de domingo (2).
Os papéis COGN3 subiram mais de 18% no acumulado de setembro, puxados por uma publicação, em redes sociais, do ex-presidente Lula (PT).
Em sua conta no Twitter, o petista afirmou que o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e o ProUni (Programa de Universidade para Todos) ‘viriam com força’ caso ele voltasse a comandar o país.
Com as pesquisas indicando uma possível vitória no primeiro turno e uma possível concretização desse programa de financiamento, o mercado havia aumentado as expectativas.
Além disso, no último mês a Blackrock – maior gestora de ativos do mundo – também aumentou sua participação acionária em Cogna no dia 14, para 10,02% do capital social da empresa. Poucos pregões depois, a gestora reduziu a posição para 9,92%.
Nesta semana, já que as eleições ocasionaram uma disputa de segundo turno e um potencial eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) acima do que era dito nas pesquisas, a Cogna caiu na contramão do Ibovespa – que, somente na segunda (3), subiu 5,5%.
Além da empresa, a sua principal concorrente, a Yduqs (YDUQ3) também acompanha as oscilações, subindo 5,2% no intradia desta quinta-feira (6) e sendo uma das ‘quedas isoladas’ no pregão pós eleições.
Fora do radar político, o cenário macroeconômico também se mostrou favorável à empresa, já que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) pela manutenção da Selic influenciam as condições de financiamento – um fator importante para o segmento de educação.
‘Seguimos neutros com Cogna’, diz XP
Nas suas análises, a XP Investimentos segue com recomendação neutra para as ações da Cogna, com preço-alvo de R$ 3,10, abaixo dos atuais R$ 3,15.
“Desde o início do ano, as ações da Cogna tiveram uma performance acima do Ibovespa. Vemos o forte desempenho das ações da empresa como uma consequência do baixo patamar de valuation da empresa. Além disso, durante a pandemia a Cogna passou por uma forte reestruturação, com a redução do número de unidades e corte de custos, o que acreditamos que deva ajudar a empresa na recuperação de receita e margens”, explica o analista Rafael Barros, sobre os papéis.
Contudo, o momento atual é de cautela, segundo a casa – que destaca que a empresa está perto do seu preço justo.
“Nossa visão é apoiada pela expectativa de que a Kroton [Cogna] ainda apresentará faturamento de lado nos próximos anos, sem expansão significativa da margem de que a visão para a Vasta é positiva tanto no crescimento de receita no curto-prazo quanto na expansão da margem, mas não sendo o suficiente para compensar o resultado da Kroton”, diz a XP sobre as ações da Cogna.