Cogna (COGN3): banco recomenda ‘venda’ após balanço; ações despencam no Ibovespa
As ações da Cogna (COGN3) despencam nesta quinta-feira (21) no Ibovespa, liderando as perdas do índice, com o BTG Pactual (BPAC11) mantendo a recomendação de ‘venda’ para as ações após o balanço do 4T23 vir abaixo das suas expectativas. Outras casas se dividiram quanto à classificação para os papéis.
No intradia, as ações da Cogna (COGN3) caíam 8,92%, cotadas a R$ 2,45. No mês, os papéis recuam 2,77% e no acumulado do ano, a queda é de 29,79%.
Cotação COGN3
Em relatório, o BTG Pactual destacou que os resultados da Cogna no 4T23 ficaram abaixo da média, prejudicados por vários itens não recorrentes. Além disso, pontuou que o Ebitda ajustado e o lucro líquido ficaram abaixo de suas expectativas.
”Recentemente, rebaixamos a classificação de Cogna para ‘venda’ e estamos mantendo esta classificação. O fraco dinamismo dos lucros, reforçado pelos resultados do quarto trimestre, podem trazer riscos negativos para as nossas estimativas”, pontuaram os analistas Samuel Alves e Yam Cesquim.
Para a equipe de analistas da Genial Investimentos, a retomada do cenário macroeconômico, que deixou o ambiente mais favorável para o retorno dos alunos ao seus compromissos com a educação superior, foi um dos catalizadores positivos do ano, junto de uma boa performance da Kroton, Vasta e frutos positivos da Saber.
No entanto, apesar de um não recorrente que impactou fortemente a última linha do resultado, derivado da baixa de imposto de renda diferido, a casa enxerga o resultado como positivo.
“O último trimestre traz consigo uma dinâmica monótona, dado que os ciclos de captação dos segmentos presencial e de medicina acontecem nos semestres ímpares, porém observamos que a companhia colheu os frutos de uma boa desenvoltura durante 2023”, escreveram os analistas Vinicius Esteves, Iago Souza e Nina Mirazon.
A Genial tem recomendação de ‘manter’ para os papéis da Cogna, com preço-alvo a R$ 3,00.
Para a XP (XPBR31), embora a alavancagem da Cogna permaneça elevada, em 3,7x o Ebitda ajustado, a casa observa uma clara tendência de queda, e acredita que este número possa estar superestimado.
“O fluxo de caixa antes do capex dobrou a/a, seguindo uma forte melhoria nos recebíveis. Destacamos que o ACV [valor de contrato anual, na sigla em inglês] da Vasta para 2024 incorpora um crescimento de 16% a/a nas receitas de assinaturas, o que consideramos forte. Os resultados corroboram com a nossa visão de que a empresa está em uma tendência virtuosa, e, portanto, reiteramos nossa recomendação de compra para a ação”, destaca.
Cogna tem prejuízo ajustado de R$ 373,6 milhões no 4T23; veja outros números do balanço
No quarto trimestre de 2023, a Cogna teve um prejuízo ajustado de R$ 373,6 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 76,1 milhões registrados no mesmo período do ano anterior.
A receita líquida da Cogna no 4T23 ficou em R$ 1,908 bilhão no período, aumento de 12,6% na base anual. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente foi de R$ 551,9 milhões, alta de 17,1% na mesma base de comparação.
O resultado financeiro da Cogna ficou em R$ 253,6 milhões negativos no quarto trimestre, ante R$ 258,6 milhões também negativos de um ano antes.
No 4T23, a dívida líquida da Cogna diminuiu R$ 30,1 milhões, ou 0,9% em relação ao 3T23. “Mesmo com os efeitos de M&A e a recompra de ações em Vasta no montante de R$ 40,1 milhões, a dívida líquida passou de R$ 3.332,8 milhões para R$ 3.277,6 milhões”, explicou a companhia.