Cogna (COGN3) pode se desalavancar com venda de ativos, diz BTG; ação dispara

A Cogna (COGN3) informou, na manhã desta quinta-feira (7), que está negociando a compra e venda de ativos junto à Eleva, que possui entre seus acionistas o bilionário Jorge Paulo Lemann. Segundo o BTG Pactual (BPAC11), a operação pode ser positiva para a empresa, já que aceleraria a desalavancagem da empresa.

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Conforme reportado inicialmente pelo jornal Valor Econômico, o negócio giraria em torno da venda das escolas da companhia para a Eleva, que por sua vez repassaria seus materias didáticos e sistema de ensino para a Cogna. O valor dos ativos, forma de pagamento e projeções futuras, no entanto, ainda estão em discussão.

Atualmente, a Cogna possui 52 escolas, entre as marcas pH (Rio de Janeiro), Sigma (Brasília) e Motivo (Pernambuco). Além disso, é dona da marca Anglo, de materiais didáticos. Em 2020, todo o negócio teve uma receita de mais de R$ 480 milhões. A Eleva gere um sistema de ensino adotado por 200 mil alunos em mais de 300 escolas — a companhia visa uma abertura de capital em 2021.

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Segundo o Valor, o negócio faria sentido pois, recentemente, acionistas vêm pressionando para que a companhia realize aquisições relevantes através de seu braço de educação básica, a Vasta, que fez um IPO na Nasdaq em 2020.

BTG: Transação ainda tem pontos a serem esclarecidos, mas pode ser benéfica

O BTG pontuou que desde que o IPO da Vasta, a Cogna não tem sido clara quanto aos seus planos para as escolas K12 no Brasil. No fim do ano passado, em seu Investor Day, pouco foi dito sobre as operações da Saber, braço de escolas de ensino básico.

A falta de clareza sobre os rumos para a desalavancagem impactaram os preços das ações nas últimas semanas. Nos últimos seis meses, os papéis da Cogna caíram 49,9%, passando de R$ 9,60 para os atuais R$ 4,80.

No entanto, apesar das melhoras já esperadas pelos analistas Samuel Alves e Yan Cesquim, o negócio com a Eleva pode melhorar a condição da alavancagem financeira, que está em quase três vezes no acumulado dos últimos 12 meses.

Considerando a projeção do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Saber em 2021 de R$ 180 milhões, e que a empresa pode ser vendida a 11 vezes o Ebitda, múltiplo similar ao da Cogna, então o negócio poderia levantar cerca de R$ 2 bilhões.

Os cerca de 200 mil alunos da Eleva podem gerar uma avaliação na ordem de R$ 400 milhões. Dessa forma, portanto, o efeito em dinheiro líquido seria positivo para a Cogna — o suficiente para desalavancar a empresa em mais de 1 vez seu Ebitda pró-forma, segundo o BTG.

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Os analistas comentaram que continuam com a previsão neutra para os papéis da Cogna, com preço-alvo de R$ 5,40, mas as chances de desalavancagem em maior rapidez pode animar o mercado.

Última cotação da Cogna

Por volta das 12h35 desta quinta-feira, as ações ordinárias da Cogna operavam com uma alta de 7,30%, a R$ 4,85. Nos últimos 12 meses, os papéis da companhia acumulam uma baixa de 61,32%.

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Jader Lazarini

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