As ações da Cogna (COGN3) subiram 5,08%, cotadas a R$ 2, nesta quarta-feira (14). “O papel caiu nos últimos dias e hoje temos um movimento de correção normal com a ação subindo após quedas”, disse Marcelo Oliveira, CFA e sócio-fundador da Quantzed.
A alta da Cogna ocorre em uma sessão de alta volatilidade, com quedas da Petrobras (PETR4) e do Banco do Brasil (BBAS3).
Assim, os papéis da Cogna têm baixa de 13,75% nos últimos 30 dias e caem 13,39% desde o início de 2022.
Recentemente no Investor Day da empresa, a Cogna confirmou a entrega de seu guidance para 2022, com R$ 5 bilhões de receita líquida, salto de 4% anual, R$ 1,4 bilhão em Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), alta de 3%, e a geração de caixa pós-Capex acima de R$ 500 milhões, mais que o dobro da registrada em 2020.
A entrega do resultado da Cogna deixa a companhia confiante para atingir o guidance de 2024, de geração de caixa pós-Capex de R$ 1 bilhão e Ebitda recorrente de R$ 2,4 bilhões. As projeções foram anunciadas pela Cogna em 2020.
Ao mesmo tempo, a alavancagem proforma da Cogna deve ficar menor do que 1x dívida líquida/ EBITDA dos últimos 12 meses até o 4T24.
Segundo a companhia, os resultados são reflexo do processo de reestruturação implementado pela companhia, baseado em seis pilares: crescimento, eficiência, experiência, inovação, cultura e ESG.
Cogna: visão do BTG Pactual
Segundo os analistas do BTG Pactual, a Cogna traçou a sua estratégia de crescimento de longo prazo baseada em três pilares:
- expansão dos cursos de graduação digitais e híbridos;
- evolução dos cursos de medicina e saúde e
- boas perspectivas para a Vasta.
O BTG Pactual afirmou que o evento pode ter deixado mais investidores frustrados novamente, já que a empresa não forneceu mais detalhes sobre como a desalavancagem será feita.
“Apesar de esperar margens operacionais um pouco melhores à frente, maiores despesas financeiras devem continuar pesando sobre a geração de fluxo de caixa para o acionista da Cogna, impedindo uma recuperação em forma de V”, explicaram os analistas.
O BTG Pactual permanece com recomendação “neutra” para as ações da Cogna, com o preço-alvo de R$ 2,60.
Mas o BTG lembra que não precifica antecipadamente possíveis novos incentivos governamentais, como um novo programa Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).
O mercado tem comentado sobre possíveis incentivos educacionais por parte do novo governo, eleito em outubro, que incluiriam uma renovação do programa Fies e o Prouni. Os incentivos podem beneficiar empresas do setor de educação, como a Cogna.
O CFO Frederico Villa espera que o novo governo lance um programa reformulado do Fies, diz o BTG, embora o tamanho e a estrutura permaneçam incertos – provavelmente impactando fortemente as captações a partir de 2024.
Segundo os analistas, depois de alguns anos difíceis, a nova postura da Cogna é ‘falar menos e mostrar mais’, com uma gestão focada no controle de custos, ganhos de eficiência e geração de caixa, mas realista com os desafios do setor.