O Ibovespa, principal índice que representa as ações brasileiras, terminou o mês de setembro com uma alta mensal de 0,47%, aos 110.036,79 pontos. A pontuação máxima mensal foi de 114.392,42 pontos, enquanto a mínima foi de 106.243,52 pontos.
Mesmo com uma alta leve, o índice de ações brasileiras alcançou sua terceira alta mensal consecutiva, em meio a descontinuidade do ciclo de aperto monetário no Brasil. Na última reunião, o Banco Central do país manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano.
No radar dos investidores no mês de setembro também estiveram as eleições. Nesse caso, a cotação de algumas empresas acabou sendo impactada pelas falas de alguns candidatos bem posicionados nas pesquisas eleitorais.
O Ibovespa iniciou os primeiros dias do mês em alta, devolvendo os ganhos no dia 5 de setembro, com uma queda diária de 2,17%. Voltou a subir até o dia 12, mas teve sucessivas baixas até o dia 16.
O índice teve uma tendência de alta até o dia 22, obtendo sua máxima mensal, mas tendeu a queda até o dia 29, quando registrou a mínima do mês. Nesta sexta-feira (30), teve uma recuperação parcial, com uma alta de 2,20%.
Ações do Ibovespa que mais subiram em setembro
As 5 ações do Ibovespa com os melhores desempenhos em setembro chegaram a ter valorizações de a partir dos 17%. O principal destaque foi a Cyrela (CYRE3), com uma forte alta de 29,59%, liderando os ganhos mensais. Vale destacar que no mês anterior a empresa já vinha de uma variação positiva de 12,11%.
A MRV (MRVE3) também se posicionou entre os principais destaques de alta em setembro, com uma valorização de 22,86%, dando continuidade à alta de 12,12% em agosto.
Além disso, as ações da Cogna (COGN3) avançaram 18,55%, e os papéis da Eztec (EZTC3) subiram 17,61%, se destacando pelo segundo mês consecutivo, já que no mês anterior variaram +7,48%. A Yduqs (YDUQ3) teve uma alta de 17,38%, recuperando-se das perdas de agosto, quando caiu 7,09%.
Em suma, as ações com as maiores altas do Ibovespa em setembro foram:
- Cyrela (CYRE3): +29,59%
- MRV (MRVE3): +22,86%
- Cogna (COGN3): +18,55%
- Eztec (EZTC3): +17,61%
- Yduqs (YDUQ3): +17,38%
O que impulsionou a alta de Cogna, MRV e Cyrela?
As ações de empresas de educação tiveram valorizações relevantes ao longo do mês de setembro, sobretudo após o anúncio de alterações regulatórias em alguns cursos, o que favoreceu a alta da Cogna e Yduqs. Além disso, repercutiram as falas do candidato à presidência do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, referente a programas de financiamento educacional.
No último mês, a Blackrock, maior gestora de ativos do mundo, realizou o aumento de sua participação acionária em Cogna no dia 14, para 10,02% do capital social da empresa, mas reduziu essa posição para 9,926% em 23 de setembro.
As ações de empresas do setor de construção acabaram se destacando entre as maiores altas do Ibovespa, em meio a uma perspectiva mais positiva para o segmento com dois meses seguidos de deflação, fazendo com que a margem de lucro dessas companhias ficasse menos pressionada.
A manutenção da taxa Selic sinalizou ao mercado sobre uma possível queda dos juros em 2023, o que favoreceria a realização de financiamentos e empréstimos.
As ações brasileiras de construção também beneficiaram no mês de setembro com projeções mais positivas para a economia brasileira, incluindo as perspectivas mais otimistas para uma baixa na inflação, assim como um fortalecimento do PIB brasileiro. Por conta disso, Cyrela, MRV e Eztec acabaram sendo impactadas de forma positiva em suas cotações.