Coaf fora da Justiça: veja as fichas dos parlamentares que votaram a favor
A comissão mista que analisa a mudança na estrutura ministerial decidiu retirar o Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) do controle do ministério da Justiça, chefiado por Sérgio Moro, nesta quinta-feira (9). Desta forma, a comissão é a favor de que o órgão volte a ficar no comando do ministério da Economia.
Foram 14 votos contra a permanência do Coaf sob a jurisdição de Sérgio Moro, contra 11 votos a favor. Entretanto, para de fato decidir se o órgão ficará ou não no comando do ministério da Justiça, a pauta passará ainda por votação nos plenários da Câmara e do Senado Federal.
Ressalta-se que foi por meio de relatório do Coaf que foram identificadas movimentações atípicas nas contas bancárias de pessoas próximas ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL):
- senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho de Jair: foi identificada movimentação de R$ 96 mil, fatiada em depósitos de R$ 2 mil.
- Michelle Bolsonaro, esposa de Jair: foi identificada movimentação de R$ 24 mil.
- Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio: foi identificada movimentação de R$ 1,23 milhão.
Ficha dos parlamentares
A organização “Ranking dos Políticos” é uma plataforma online que lista os senadores e deputados federais, do “melhor” para o “pior”. “Sabemos que existe uma enorme quantidade de corruptos e incompetentes na política brasileira”, explica a organização.
O ranking é realizado por meio de pontuações, cujos critérios analisados são os seguintes:
- Presença nas sessões;
- Privilégios;
- Processos Judiciais;
- Qualidade Legislativa;
- Outros.
De acordo com dos processos judiciais do Ranking dos Políticos, confira abaixo como está a ficha dos parlamentares que são a favor do retorno do Coaf ao ministério da Economia:
Deputado Arthur Lira (PP-AL)
O deputado federal alagoado está em 487º lugar no ranking. Confira abaixo as acusações envolvendo o réu:
Como pode ser observado na figura acima, Arthur Lira tem mais de um processo envolvendo corrupção e lavagem de dinheiro. Em adendo, há um processo sigiloso no qual o réu teve de devolver R$ 182.830,22 aos cofres públicos.
Em quatro meses, Arthur Lira gastou valor próximo ao de Alexandre Padilha em três meses. Os maiores gastos do alagoano são referentes às passagens aéreas.
Deputado Célio Silveira (PSDB-GO)
Célio Silveira está em 515º no ranking geral de parlamentares, e possui processos judiciais em seu nome:
Com menos processos que Arthur Lira, Célio também tem processo de corrupção em seu histórico.
Os gastos de Célio Silveira estão acima da média dos demais parlamentares listados.
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Deputado Marx Beltrão (PSDB-AL)
Marx Beltrão está uma posição abaixo do baiano no Ranking dos Políticos, em 514º. Há processos judiciais identificados no nome de Marx Beltrão.
Os gastos do alagoano também encontram-se acima da média desta lista, e os maiores valores são referentes à divulgação parlamentar.
Deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG)
O Subtenente Gonzaga já foi condenado por crime cometido contra o sistema financeiro nacional, conforme o ranking, no qual ocupa a posição 568º.
Os gastos do Subtenente Gonzaga entre janeiro e abril deste ano somaram R$ 101.317,85. Dentre os principais motivos de compra estão a divulgação parlamentar e combustíveis.
Deputado Valternir Pereira (MDB-MT)
O deputado Valtenir Pereira possui diversos processos judiciais em seu nome, e está em 578º lugar no ranking.
Quanto aos gastos do deputado, entre janeiro e maio deste ano somaram R$ 68.915,97, o que encontra-se na média identificada na lista dos parlamentares contra a permanência do Coaf no ministério da Justiça.
Senador Ciro Nogueira (PP-PI)
Em 386º lugar no Ranking de Políticos, Ciro Nogueira é citado em processos referentes a formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e princípios administrativos.
Senador Rogério Carvalho (PT-SE)
O sergipano Rogério Carvalho encontra-se na posição 311ª do ranking. Os processos judiciais nos quais constam seu nome são de improbidade administrativa.
Deputado Alexandre Padilha (PT-SP)
Em 377º lugar, Alexandre Padilha não possui processos judiciais ou acusações graves. Contudo, os gastos do parlamentar estão 1% acima da média calculada pelo Ranking dos Políticos.
De acordo com o portal da transparência, os gastos do parlamentar entre fevereiro e abril de 2019 somam R$ 77,459,44. Os maiores valores encontrados são referentes a passagens aéreas e divulgação da atividade parlamentar.
Deputado Camilo Capiberibe (PSB-AM)
Camilo Capiberibe está em 130º no ranking, e não possui processos judiciais conhecidos.
Os gastos do parlamentar entre janeiro e abril deste ano totalizou R$ 62.354,34. Os maiores pagamentos feitos pelo amapaense são a consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos.
Deputado Elmar Nascimento (DEM-BA)
O baiano Elmar Nascimento não possui processos judiciais apurados em seu histórico. Assim como Capiberibe, o baiano também tem gastado bastante com consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos.
O baiano está em 515º lugar no ranking dos políticos.
Deputado Luiz Carlos Motta (PR-SP)
O paulista Luiz Carlos Motta não possui processos judiciais conhecidos, e encontra-se com bom posicionamento no ranking geral, em 33º lugar.
Os gastos de Motta também encontram-se bem abaixo da média dos demais parlamentares listados.
A redação não identificou os gastos totais mensais referentes aos senadores no Portal da Transparência.
Os seguintes senadores, que também votam contra a permanência do Coaf no ministério da Justiça, não possuem processos judiciais conhecidos pelo Ranking dos Políticos:
- Jayme Campos (DEM-MT), que ocupa a 183ª posição;
- Jean Paul Prates (PT-RN), que ocupa a 229ª posição;
- e Nelsinho Trad (PSD-MS), que ocupa 255ª posição.
