O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) informou que enviou ofícios à Presidência da República e a órgãos como o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor notificando e avisando sobre a greve dos caminhoneiros autônomos, empregados e cooperados.
A greve dos caminhoneiros está prevista para começar na próxima segunda-feira (1), mas não tem uma data definida para acabar.
O ofício enviado esta semana garante que 30% do total dos Conhecimentos de Transporte (CTEs) ou Documentos Auxiliares de Conhecimento Transporte Eletrônico (DACTEs) apresentados pelas empresas ao CNTRC serão mantidos em atividade e autorizados a carregar, transitar e também descarregar.
Nesse sentido, cargas vivas, perecíveis, combustível para instituições públicas, cargas destinadas às forças de segurança, medicamentos e insumos médicos ou hospitalares receberão atenção especial durante a paralisação.
Além disso, como o movimento acontecerá em meio a pandemia de coronavírus (Covid-19), a orientação é de que os caminhoneiros e apoiadores da greve fiquem em casa.
No ofício, o CNTRC explica que “No entanto, os motoristas, caminhoneiros e carreteiros que estejam em trânsito, assim como as lideranças e colaboradores que estejam em apoio na pista, nos pátios, nos pontos de parada e nos piquetes de informação são orientados a seguir integralmente e sem ressalvas as normas de saúde pública de prevenção ao contágio do coronavírus”.
Dentre as reivindicações dos caminhoneiros estão:
- defesa da aplicação das políticas públicas do piso mínimo de frete e da exigência do Código Identificador da Operação de Transporte (Ciot) para todos
- o abandono da política de preço de paridade de importação aplicada pela Petrobras
- um termo de compromisso de fiscalização mais atuante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na defesa dos direitos
- garantias do transportador rodoviário de cargas
- discussão pública do projeto conhecido como BR do Mar com ampla participação dos caminhoneiros
CNT nega apoio à greve dos caminhoneiros
Ontem (29) a Confederação Nacional do Transporte (CNT) negou qualquer tipo de apoio à paralisação. Em nota, o presidente da Confederação, Vander Costa, disse que “não apoia nenhum tipo de paralisação de caminhoneiros e reafirma o compromisso do setor de transportador com a sociedade”.
“Se houver algum movimento dessa natureza, as transportadoras garantem o abastecimento do País, desde que seja garantida a segurança nas rodovias”, completou.
Além disso, na última quarta-feira (27) o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), pediu para que os caminhoneiros desistissem da paralisação e confirmou a intenção do governo de reduzir tributos sobre o diesel para aliviar a pressão do reajuste do combustível sobre o bolso dos caminhoneiros, mas ressaltou que “não é uma conta fácil de ser feita”.
“Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia, apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder”, pediu o político.
Com informações do Estadão Conteúdo.