A Confederação Nacional da Indústria (CNI) analisa que o cenário de 2019 para a construção é positivo e “reúne condições favoráveis” à recuperação do setor. A informação está num estudo da organização e foi antecipado pelo Poder360.
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A CNI considera que três principais fatores devem contribuir para a retomada do crescimento da construção civil:
- Inflação sob controle: segundo a confederação, a alta geral dos preços controlada “aumenta o poder de compra da população e a previsibilidade dos custos”. Analistas consultados pelo Banco Central calculam uma inflação de cerca de 3,9% neste ano. A meta do governo é de 4,25%;
- Juros em patamares baixos: beneficiam a “oferta e a demanda de crédito de longo prazo”. A Selic, taxa básica de juros da economia, encontra-se em seu patamar histórico mais baixo, 6,5% ao ano;
- Crédito para financiamento de imóveis de maior valor: a construção civil ganha estímulo com mais crédito disponível no mercado. No fim de 2018, o governo aprovou medida que estendeu para R$ 1,5 milhão o valor-teto do imóvel que pode ser financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
Mas é preciso haver uma junção desses três fatores para produzir um ambiente de crescimento robusto à construção civil, segundo Dea Fioravante, responsável pelo estudo. Afinal, entre 2012 e 2017, o setor acumulou uma perda de 20,9% do PIB (Produto Interno Bruto). Algumas promessas de privatização e concessões do governo, entretanto, podem dar um estímulo adicional ao panorama.
“Apesar do compromisso público do governo federal com medidas de austeridade fiscal, que limitam o investimento público, as concessões podem gerar um novo fôlego para o investimento em infraestrutura”, diz o relatório.
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O auge da construção civil se deu em 2010, de acordo com a CNI. No fim do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, programas como o Minha Casa Minha Vida e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) impulsionaram o setor.
“No entanto, o crescimento da economia não acompanhou o aumento dos incentivos e da oferta de crédito. A renda real não cresceu na mesma proporção e, a partir de 2012, as famílias já começavam a apresentar um elevado grau de endividamento que aumentou até 2015, chegando a 46% da renda, segundo dados do Banco Central”, relata o estudo.
A construção civil foi atingida fortemente pela mudança no cenário. Segundo a CNI, de abril de 2014 a dezembro de 2015, o emprego caiu 13,3% e o nível de atividade desceu 12,1%