O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu nesta quinta-feira (27) a meta de 3,5% para a inflação de 2022. O intervalo de tolerância foi de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O CMN manteve as metas de inflação para 2020 e 2021, respectivamente em e 4% e 3,75%. Também nesse caso há intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual a mais ou a menos. Em 2019, a meta para a inflação também permaneceu a mesma, em 4,25%.
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A meta de inflação decidida pelo CMN é o valor que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) poderá alcançar nos próximos anos.
Em 2017, o conselho tinha fixado a meta de inflação de 4,25% em 2019 e de 4% em 2020. No ano passado, a meta ficou em 3,75% para 2021. De 2005 a 2018, a meta foi sempre de 4,5%.
Segundo o último Boletim Focus, o IPCA desse ano deveria ser de 3,82% e de 2020 de 3,95%.
Mudança na meta não quer dizer aumento da Selic
Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, o fato do CMN ter reduzido a meta de inflação para 2022 não sinaliza aumento na taxa básica de juros. Atualmente a taxa básica de juros está em 6,5% ao ano.
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“Alguns críticos costumam dizer que quando você abaixa a meta de inflação, o governo é obrigado a aumentar juros. Uma meta de inflação mais baixa não é correlacionada com juros mais altos. o fato de você abaixar a meta de inflação não implica que o governo vai ter que subir juros”, afirmou Sachsida em coletiva de imprensa.
Segundo o subsecretário de Política Macroeconômica do Ministério da Economia, Vladimir Kuhl Teles, a credibilidade da política monetária do Brasil dá tranquilidade aos agentes econômicos para confiar nas metas do governo.
“Os agentes determinam o preço com relação ao futuro a partir de suas expectativas. A partir de um momento que você define uma meta, você não vai precisar aumentar juros para baixar preços. Tudo depende da credibilidade do Banco Central“, declarou Teles.
Redução indica otimismo
A diminuição da previsão da taxa de inflação reflete ainda um otimismo com a aprovação da reforma da Previdência. A mudança no cálculo das aposentadorias deverá ajudar a alcançar o equilíbrio fiscal do governo, permitindo assim outros ajustes econômicos.
“Não apenas a reforma da Previdência, mas também a expectativa de outras reformas sendo implementadas no país, refletindo a melhora das condições de produção e da capacidade de oferta do país”, declarou Marco Cavalcanti, subsecretário de Política Fiscal.
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Sobre a manutenção do intervalo de tolerância da inflação, Teles ressaltou que a decisão foi cautelosa e considerou que, diante de flutuações, seja possível ter “algum grau de liberdade para acomodar choques” e garantir a redução da meta.