A Cielo (CIEL3) encerrou o primeiro trimestre de 2019 com um lucro líquido ajustado de R$ 548,5 milhão. O número é 40,4% menor do que o registrado no ano passado (R$ 920,5 milhões).
Por outro lado, a receita fechou estável, com R$ 2,773 bilhões. De acordo com a Cielo, o resultado decorre do aumento na captura do volume de 3%, além da adequação do patamar de precificação ao mercado.
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve queda de 34%, saindo de R$ 1,242 bilhão para R$ 820,7 milhões. A margem da Ebitda caiu 15 pontos percentuais, chegando a 29,6%.
De acordo com a Cielo, a base ativa de cliente teve uma elevação de 5,7% em relação ao primeiro trimestre de 2018, com 1211 entre janeiro e março. Em relação ao quarto trimestre de 2018, o aumento foi de 1,9%.
Desde novas concorrentes surgiram no setor, a Cielo vem perdendo mercado. Porém, os resultados desse trimestre demostram que a empresa deixou de perder market share. “É um bom sinal, mas não é uma corrida de cem metros”, disse o presidente da empresa, Paulo Caffarelli.
“Não estamos só sendo atacados, estamos atacando também”, disse Caffarelli. De acordo com o CEO, a empresa está trabalhando para diminuir as taxas de aluguel, a taxa MDR e a antecipação com o objetivo de baratear o preço final.
“Não abriremos mão da liderança, mas a Cielo de R$ 4 bi de lucro não existe mais, o mais importante é ser competitivo”, complementa. A empresa tem uma taxa de captura de 1,6 mil clientes por dia, e a expectativa é que esse número chegue a 2 mil.
Lucro 30,6% inferior ao ano passado
A Cielo está enfrentando há anos uma redução de seus lucros. A empresa de pagamento eletrônico anunciou um lucro líquido de R$ 724,1 milhões no último semestre de 2018. O montante foi 30,6% inferior ao do ano ano anterior, quando tinha sido de R$ 1,043 bilhão.
No acumulado de 2018, a empresa obteve uma receita de R$ 3,286 bilhões equivalente a um baixa de 19% em relação ao ano anterior, onde somou R$ 4,056 bilhões.
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Essa é a primeira vez que a empresa aponta queda em seu lucro anual, desde 2009, quando abriu capital na bolsa.
Conforme o relatório que acompanha as demonstrações financeiras, a companhia afirma que o ano de 2018 foi “repleto de desafios e com mudanças relevantes dentro e fora” da organização.
A empresa está sob novo comando desde novembro, quando Paulo Caffarelli, ex-Banco do Brasil, ocupou a vaga de Eduardo Gouveia.
De acordo com a Cielo, durante o ano passado o mercado de meios de pagamento foi muito competitivo, por conta do processo de abertura do segmento e também de novas regulamentações. No entanto, a companhia diz que vai buscar novos segmentos do setor para se reafirmar na liderança.
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