A Cielo (CIEL3) divulgou, na noite da última terça-feira (26), seu resultado do quarto trimestre do ano passado. O balanço empolgou o mercado, que viu a empresa ampliar sua participação nos segmento de varejo. Esse processo será expandido com a criação de uma sociedade de crédito.
Em teleconferência com jornalistas, a qual o SUNO Notícias esteve presente, o CEO Paulo Rogério Caffarelli disse que a Cielo já tem o aval de seus controladores para a criação de uma sociedade de crédito direto (SCD), o que ampliará a atuação da empresa no segmento de varejo, não somente se atendo às questões de adquirência.
Além disso, o executivo disse que a empresa tem mantido no radar desinvestimentos em empresas que não fazer parte do core business da companhia, “dentro de um critério que possa se mostrar viável”. A intenção é voltas as anteções à operação da Cielo Brasil, onde a empresa é a maior do segmento no País.
Vale destacar que a Cielo vendeu sua fatia de 40,95% na Orizon para a Bradseg, do Bradesco (BBDC4), por R$ 129 milhões. A transação fechada em outubro do ano passado serviu para “criação de valor para os acionistas e reforço da posição de caixa da empresa”, segundo o comunicado.
No encontro desta manhã, a empresa também destacou que no quarto trimestre de 2019 a presença da companhia em grandes contas era 72% do total do volume financeiro, contra 28% do varejo em geral.
Já no quarto trimestre do ano passado, as grandes contas, que trazem um maior volume financeiro mas com margens estreias (por vezes próximas a zero), deram lugar ao varejo, que agora ocupa uma participação de 33% no volume financeiro total. Segundo Caffarelli, o foco é até o fim do ano essa divisão estar em meio a meio.
Segundo ele, isso poderá ser atingido em função da excelência no atendimento aos clientes, diferencial em meio a um setor “commoditizado” como é o de adquirência. Ele comenta que a empresa tem tido sucesso nessa empreitada, uma vez que o Net Promoter Score (NPS), métrica de satisfação de clientes, subiu 7,5 vezes entre junho de 2018 e novembro de 2020.
Cielo prevê autorização do BC para pagamento via WhatsApp
Em meados do ano passado, o mercado foi surpreendido pela proposta do Facebook e da Cielo de criar o Whats App Pay, modelo de transferência de recursos através do aplicativo de conversas. As ações da Cielo chegaram a disparar por seguidos pregões após o anúncio.
Contudo, a proposta foi barrada pelo Banco Central (BC), que exigia mais informações das empresas, enquanto o Pix, sistema de pagamentos instantâneos da autoridade monetária, era introduzido no mercado.
Em resposta a uma pergunta nesta manhã, Caffarelli relembrou que o BC solicitou que o Facebook se credenciasse como um iniciador de pagamentos, sendo uma condição essencial para que o negócio fosse pra frente. Contudo, as empresas estão “muito próximas de uma autorização do Banco Central”, e que deve acontecer no primeiro semestre deste ano.
O executivo comenta que “todos os requisitos solicitados pelo BC às bandeiras que são as coordenadores do arranjo de pagamentos” foram prestados, fazendo com que o projeto da Cielo esteja próximo de sair do papel.