A Cielo (CIEL3) anunciou nesta sexta (8) que o Conselho de Administração aprovou novo programa de recompra de ações. A companhia foi autorizada a adquirir até 13.339.245 ações ordinárias, sem valor nominal, de sua própria emissão.
O prazo de vigência do programa de recompra de ações da Cielo será de 11 de abril de 2022 a 14 de abril de 2022. “A operação de recompra será realizada em bolsa, a preço de mercado, com a intermediação da Ágora Corretora de Títulos e Valores Mobiliários”, diz a Cielo em fato relevante.
“A aquisição das ações da Cielo tem como objetivo fazer frente aos compromissos assumidos pela companhia em programas de remuneração, retenção e incentivo de seus colaboradores e administradores”, acrescenta.
Os membros do Conselho de Administração entendem que “a situação financeira atual da Cielo é compatível com a possível execução do programa nas condições aprovadas e se sentem confortáveis de que a recompra de ações não prejudicará o cumprimento das obrigações assumidas com credores nem o pagamento de dividendos obrigatórios mínimos.”
Essa conclusão, completa a Cielo, resulta da avaliação do potencial montante financeiro a ser empregado no programa, levando-se em consideração:
- o nível de obrigações assumidas com credores, considerando que a companhia possui plena capacidade de pagamento dos compromissos financeiros assumidos;
- e o fato de que as operações são geradoras de caixa,
Cielo lucrou R$ 337 milhões no 4T21, alta de 13%
A Cielo reportou, em fevereiro, R$ 337 milhões de lucro líquido no quarto trimestre. Analistas de bancos afirmam que os resultados vieram aproximadamente 50% acima da média esperada pelo mercado.
De acordo com relatório divulgado pelo BTG Pactual (BPAC11), o número teve impacto dos efeitos tributários do pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) e o evento não recorrente do fechamento do desinvestimento do Multidisplay/M4U, “embora estes foram parcialmente compensados pelos efeitos negativos não recorrentes da descontinuação do aplicativo Cielo Pay”.
O BTG avalia que, ao excluir esses eventos e normalizar a alíquota, o lucro da Cielo teria superado perto de 8% do esperado, marcando a quinta melhora consecutiva trimestral. “Se presumirmos que os lucros continuarão a subir nos próximos trimestres, significa que a ação está inegavelmente barata”, disse o relatório. A ação fechou nesta sexta (8 de abril) negociada a R$ 3,42, com alta de 3,63%.
Já a Guide Investimentos vê o aumento do lucro como consequência do crescimento do volume de pagamentos, novas ações de controle de custo, além da expansão do Receba Rápido, da linha de adiantamento de recebíveis da Cielo e pela melhora das subsidiárias, como a Cateno.
O Safra ressalta que a divisão Cateno continua sendo destaque nos resultados. O banco acredita, porém, que os resultados confirmam recuperação gradual em relação ao negócio de adquirência. “Os volumes parecem estar melhorando, apesar de ainda vermos uma leve pressão sobre os yields”, aponta o banco, em relatório. “A partir de agora, a rentabilidade da Cielo pode se estabilizar, porque não deve sofrer contratempos de alíquotas de ISS mais altas, o que indica números melhores pela frente.”