Cielo (CIEL3): banco recomenda compra de ações e vê valorização de 63%; veja o motivo

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria dos votos, de que as empresas devem pagar o Imposto Sobre Serviços (ISS) nas cidades onde estão localizadas proporcionará à Cielo (CIEL3) uma reversão de R$ 405 milhões provisionados em seu balanço, de acordo com BTG Pactual, que recomenda a compra das ações.

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“É uma boa notícia [decisão sobre o ISS] e pode ajudar a ação a se recuperar um pouco após uma recente liquidação provocada por preocupações com o fraco TPV [volume de pagamentos processados] e uma potencial piora do cenário competitivo”, afirmam os analistas do banco sobre os papéis da Cielo.

Em relatório divulgado na última sexta-feira (9), o BTG avalia que a decisão do Supremo deve melhorar o potencial dos papéis. “Com reversão de provisão acima de R$ 400 milhões, a Cielo registrará ganho equivalente a 3% do valor de mercado e 2% do patrimônio líquido, e não precisará mais provisionar com ISS mais alto nos próximos trimestres. Seu patrimônio também aumentará, aumentando também o potencial de pagamentos de dividendos no futuro, o que pode ser um importante gatilho para as ações da Cielo.”

Cielo deve ter alta no lucro líquido no 2T23, projetam analistas

Com isso, analistas projetam um crescimento de 4% para o lucro líquido do segundo trimestre e uma eliminação do risco do caixa ter que ser sacado pela empresa. Com as ações subvalorizadas, o banco adotou um posicionamento de recomendar de compra, estabelecendo R$ 7,60 como preço-alvo, um potencial de aumento de 63,4%.

Embasando a decisão, os analistas preveem dois pontos favoráveis para ganhos futuros com as ações da Cielo:

  • O lucro líquido da Cateno, sua subsidiária não adquirente (50% do lucro líquido), com alta conversão de caixa;
  • expectativa de ciclo de flexibilização monetária que deve reduzir despesas financeiras. “Então, para quem tiver paciência, a Cielo é uma das ações com maior valorização em nosso universo de abrangência, por isso reiteramos nosso rating de compra”, avalia o banco

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Preocupações com o volume de pagamento e mercado competitivo

As ressalvas do BTG à Cielo estão associadas ao TPV. Para o banco, o crescimento deverá ser fraco nos próximos trimestres e com risco de crescente concorrência de preços. “Vemos uma queda de 2% a/a no TPV do segundo trimestre, depois de subir apenas 1% a/a no primeiro trimestre, gerando temores de que um TPV mais baixo intensificará a concorrência.”

Projetam os analistas do BTG: “Como a Rede tem potencial para se tornar líder de mercado, teme-se que a Cielo responda de forma mais agressiva, causando nervosismo no mercado de pagamentos à medida que nos aproximamos do início de um ciclo de flexibilização em meio a um cenário de TPV mais fraco. Isso pode atrapalhar um ambiente de aquisição competitivo que tem estado estável nos últimos 12 a 18 meses devido a reprecificação consistente.”.

Ações da Cielo no Ibovespa hoje

Hoje, as ações da Cielo cresceram 1,28%, sendo cotadas a R$ 4,75

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Vinícius Alves

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