A Cielo (CIEL3) está no processo de criação de uma área específica para cuidar do segmento de produtos de crédito da empresa. O presidente da companhia, Paulo Caffarelli, disse, nesta quarta-feira (29), que a Cielo permanecerá no mercado de maquininhas, porém “não focará só nisso”.
“A Cielo se preparou para migrar de venda pura de produtos que viraram commodities para transformação de ecossistema digital”, disse Caffarelli. A empresa busca se firmar como uma plataforma de produtos e serviços, com foco nos brasileiros empreendedores, de acordo com o presidente da companhia.
A empresa já recebeu, há cerca de 20 dias, uma autorização do Banco Central para ser emissora de moeda eletrônica. Com isso, a companhia criou uma estrutura de crédito.
“Ficou claro, na pandemia, como é necessário ter acesso a crédito simplificado. Essa é a nova avenida de negócios. Uma adquirente do nosso tamanho não pode ficar sem uma área de crédito. Mas seremos bastante conservadores na análise, porque não somos bancos”, afirmou Caffarelli.
No ano passado, a Cielo fez um projeto piloto na área de crédito e concedeu empréstimos que ultrapassavam R$ 100 milhões com recebíveis não performados como garantia. A Cielo utilizará funding de parceiros ou próprio nesta área. Funding consiste na captação de recursos para um investimento específico pré-acordado.
Em relação aos equipamentos, a Cielo informou que oferecerá máquinas de pagamento na modalidade de comodato (empréstimo gratuito), e poderá pegar novamente o equipamento caso o cliente não faça uso, o que fará com que a empresa diminua os custos com subsídios. “Se vendo dez máquinas, ativo seis ou sete. Se eu vendi com subsídio, joguei fora esse recurso”, disse Caffarelli.
A Cielo também está crescendo em novos produtos. Com a autorização para se tornar emissora de moeda eletrônica, a empresa pôde aumentar os serviços da CieloPay. “Ela permite oferta de serviços de banking, conta de pagamento, cartão pré-pago e adesão ao Pix e ao open banking”, afirmou o diretor financeiro da Cielo, Gustavo Sousa.
Lucro da Cielo no 2T20
A Cielo divulgou, na última terça-feira (28), seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2020. A companhia registrou um prejuízo de R$ 75,2 milhões no período, revertendo o lucro líquido de R$ 166,8 milhões apresentado no trimestre anterior.