Cielo (CIEL3): resultado do 4T20 agrada analistas e ação dispara
A Cielo (CIEL3) divulgou seu lucro líquido de R$ 298,2 milhões no quarto trimestre e agradou os especialistas da XP Investimentos, BTG Pactual (BPAC11), Goldman Sachs, Credit Suisse e Banco Safra. Esse lucro é equivalente ao avanço de 34,7%, quando comparado com o mesmo período em 2019. Por volta das 12h05, as ações da Cielo disparavam a 8,45%, negociadas a R$ 3,98. Por sua vez, o Ibovespa caía a 1,20%, a 115.064,40 pontos.
Após três anos sem aumento no lucro líquido, os especialistas apontam que ano de 2021 pode ser promissor aos papéis da empresa de maquininhas. “É esperado em breve, uma economia melhor e uma possível solução para o imbróglio [relação ao WhatsAppPay], o que deve significar dias melhores para a Cielo em 2021″, analisou o BTG.
O resultado, segundo o Safra, refletiu de modo geral um bom resultado no controle de custos e na redução de despesas operacionais. No comparativo anual, a maior empresa de pagamentos Brasil reduziu em 13,5% seus gastos totais, para R$ 1,077 bilhão.
Outro fator que colaborou com a Cielo, segundo o Credit Suisse, foi um melhor desempenho nas divisões da Cielo Brasil e Cateno. “O crescimento do Volume Total de Pagamentos (TPV, em inglês) mostrou uma nova recuperação e a empresa conseguiu implementar fortes iniciativas de redução de custos no trimestre”.
A controlada Cateno, de gestão de contas de pagamento, alcançou R$ 149,96 milhões em resultado atribuível à Cielo (de 70% da empresa). No trimestre, a alta foi de 166,7%, sobretudo por conta da recuperação do volume, que atingiu R$ 86,2 bilhões.
Expectativa positiva para Cielo em 2021
O BTG projeta “dias melhores” para os papéis da empresa de maquininhas. Já a XP Investimentos espera “uma reação positiva nas ações da Cielo”. Porém, a recomendação permanece em neutra com preço-alvo de R$ 5,00, “devido tanto ao cenário competitivo quanto à disrupção regulatória”.
Por sua vez, o Safra listou os pontos positivos que rondam a empresa:
- oportunidades de crescimento no setor;
- escala de liderança e alto níveis de lucratividade;
- grandes nomes por trás — a Cielo é controlada pelo Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3);
- forte geração de fluxo de caixa livre;
- foco na inovação;
- forte base de dados com informações que podem ser traduzidas em consultoria e receitas de dados.
O banco também listou os possíveis riscos que a empresa poderá enfrentar:
- mudanças no ambiente regulatório;
- ambiente competitivo parece se tornar mais difícil;
- novas tecnologias podem atrapalhar e altera significativamente os negócios dos adquirentes;
- riso de crédito e inadimplência.
Já o Credit Suisse acredita que os resultados do quarto trimestre sinalizam que 2021 pode ser um ano melhor para a Cielo, uma vez que a empresa vem apresentando melhorias nos negócios de adquirência e Cateno, e impulsionando a rentabilidade.