A UBS BB rebaixou a recomendação para as ações da Cielo (CIEL3) de compra para neutra. Além disso, o preço-alvo das ações foi ajustado de R$ 6 para R$ 5,75 até o fim deste ano. Segundo os analistas da UBS BB, a decisão foi tomada em linha com a progressão da Oferta Pública de Aquisição (OPA) pelo Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3).
Os estrategistas dizem ainda que o novo preço-alvo da Cielo reflete o último valor oferecido, de R$ 5,60, ajustado pelo CDI (Certificados de Depósitos Interbancários) do período até a conclusão da oferta. As novas estimativas e o modelo de fluxo de caixa descontado (DCF), segundo eles, também suportam o novo preço-alvo.
Para a UBS BB, as mudanças nas estimativas da Cielo foram impulsionadas por volumes menores do que o esperado, especialmente no primeiro trimestre, e refletem perdas de participação de mercado. Além disso, os efeitos das taxas de juros mais altas (a Selic consensual agora em 10% em 2024 e 9% em 2025) foram negativos para os resultados financeiros da empresa.
Como resultado, as projeções dos ganhos da Cielo foram cortados em 1% para o período de 2024 a 2028.
Os especialistas financeiros calculam que a Cielo agora é avaliada em R$ 15,6 bilhões, com um múltiplo de 8,4x de preço/lucro (PE), para o ano de 2024 (24E), utilizando o lucro por ação estimado. Isso significa que o preço atual das ações da Cielo equivale a aproximadamente 8,4 vezes o lucro por ação esperado para a companhia.
Cielo (CIEL3) lucra R$ 503 milhões no balanço do 1T24, alta de 14%
No dia 25 de abril, a empresa de maquininhas Cielo (CIEL3) divulgou um lucro líquido de R$ 503,1 milhões referente ao primeiro trimestre deste ano (1T24). A cifra representa um aumento de 4,6% em relação ao trimestre anterior (4T23) e de 14,1% em comparação com o mesmo período do ano passado (1T23). A empresa diz que esse é o melhor desempenho do negócio desde o primeiro trimestre de 2019.
A melhora significativa do resultado financeiro, as otimizações nos gastos com redução dos custos dos serviços prestados e a maior eficiência tributária impulsionaram o lucro, conforme afirmado pela própria Cielo no balanço do 1T24 divulgado ao mercado. No entanto, esse resultado foi parcialmente compensado pela redução na volumetria e pelos maiores gastos com o programa de transformação, explicou a empresa.
A receita operacional líquida totalizou R$ 2,563 bilhões, registrando uma queda de 7,5% em relação ao trimestre anterior e de 0,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Enquanto na Cielo Brasil houve uma diminuição anual de 3,4%, na Cateno houve um aumento de 4,8%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente da Cielo totalizou R$ 746,7 milhões, o que representa uma redução de 24,9% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse declínio está principalmente associado aos gastos relacionados ao avanço do programa de transformação da empresa e à expansão da força comercial. Por outro lado, a margem Ebitda ajustada da Cielo atingiu 29,1% no primeiro trimestre de 2024, mostrando uma queda anual de 9,6 pontos percentuais.
Saldo de caixa da Cielo tem queda de R$ 1,090 bilhão
Em relação à posição financeira, em 31 de março de 2024 a Cielo apresentou um saldo de caixa e equivalentes de caixa de R$ 1,260 bilhão. Isso representa uma queda de R$ 1,090 bilhão em comparação com 31 de março de 2023 e uma redução de R$ 173,9 milhões em relação a 31 de dezembro de 2023.
A empresa diz que encerrou o trimestre da Cielo com 822 mil clientes ativos (com transações nos últimos 90 dias), o que representa uma redução de 5,5% em relação ao trimestre anterior e de 19% na comparação com os primeiros três meses do ano anterior. A Cielo afirma que essa redução é principalmente atribuída ao comportamento de segmentos de clientes de menor porte.
A take rate (taxa cobrada em cada transação) foi de 0,76%, em comparação com 0,74% no quarto trimestre de 2023 e 0,78% no primeiro trimestre do ano passado.
Quanto aos produtos de prazo, soluções que permitem aos clientes antecipar seus fluxos de recebíveis, a Cielo registrou um volume de R$ 24,61 bilhões, representando uma queda trimestral de 26,9% e anual de 23,5%.