Xi Jinping, presidente da China, disse ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que “a crise não interessa a ninguém”, referindo-se à guerra da Rússia e Ucrânia, e cobrou o mandatário pelas sanções aplicadas à Rússia, segundo informações da Folha de S. Paulo.
Atualmente, a China está sob pressão de Washington para que não ceda tropas ou dinheiro para Vladimir Putin. O líder da Rússia sofre sanções que incluem a limitação ao acesso do sistema mundial de pagamentos (SWIFT) e às suas próprias reservas cambiais.
Por sua vez, Xi Jinping se opôs às medidas de Joe Biden contra a Rússia, que é aliada política da China.
“Sanções amplas e indiscriminadas apenas fazem as pessoas sofrer. Se escaladas, podem levar a crises globais sérias no comércio, finanças, energia, alimentos e cadeias logísticas, paralisando a já definhante economia mundial e causando perdas irreparáveis”, disse o presidente da China.
A conversa entre os líderes, feita virtualmente, teve cerca de duas horas e, segundo a chancelaria chinesa, Biden disse que os EUA e a China têm responsabilidade conjunta para manter a paz mundial.
“Todos os lados precisam apoiar que Rússia e Ucrânia tenham um diálogo e negociação que irá produzir o resultado e levar à paz”, disse o comunicado chinês, que não citou a cobrança que Biden faria a Jinping. Já a Casa Branca não fez comentários oficialmente.
A China tem feito movimentos cautelosos, mantendo alguma neutralidade em relação à guerra desde o início do conflito, em 24 de fevereiro. Isso por conta do panorama de comércio internacional e da possibilidade de as ações do país desencadearem reações da Otan.
Biden já havia afirmado que não quer uma nova Guerra Fria ou mudar o sistema político chinês, mas sim revitalizar os laços entre as nações.
Por outro lado, mesmo antes da guerra, Jinping demonstrou apoio a Putin e chegou a dizer que ambos os países deveriam se “unir contra as pressões do Ocidente” (se referindo à Otan).
China pode dar apoio militar e financeiro à Rússia, dizem informações vazadas
A China sinalizou dar apoio militar e financeiro à Rússia, segundo informação dada pelos Estados Unidos às nações aliadas na Ásia e na Europa. A informação foi vazada para jornalistas em Washington – tática usual como forma de transparecer uma situação diplomática sem tomar lado ou necessariamente adotar uma postura sobre o ocorrido.
O aviso americano teria ocorrido por meio de telegramas diplomáticos ainda durante a segunda (14), antes de um encontro entre as delegações da China e dos EUA que ocorreria em Roma.
Neste telegrama, o assessor de Segurança Nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, fez o alerta ao chinês Yang Jiechi sobre o risco de apoiar Vladimir Putin.
A informação vem à tona logo após, no domingo (13), o jornal americano The New York Times, ter acesso a outras informações vazadas, de mesmo caráter, que apontavam que Rússia havia, de fato, pedido ajuda aos chineses.
Na segunda (14), por meios oficiais, o oficialato de Pequim e de Moscou negaram que isso ocorreu. Os chanceleres da China, contudo, acusaram Washington de tentar criar intrigas com “objetivos sinistros”.
Já os russos consideram estar perto da vitória no conflito com a Ucrânia, a poucos passos de conquistar Kiev e anexar o território. Apesar dos vazamentos terem sido divulgados em grandes veículos americanos, ainda não há confirmação oficial da notícia sobre o movimento da China.
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