O governo da China determinou, na madrugada desta sexta-feira (24), o fechamento do consulado dos Estados Unidos em Chengdu, sudoeste do país. Pequim retalia a decisão norte-americana pelo fechamento do consulado chinês em Houston, na última quarta-feira (22).
A decisão eleva a tensão entre os países, agravada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), crescimento da tecnologia 5G chinesa no mundo e a interferência da China em Hong Kong.
O Ministério das Relações Exteriores da gigante asiática afirmou, em nota, que o fechamento do consulado foi uma “resposta legítima e necessária ao ato injustificado dos Estados Unidos”. Os diplomatas instalados no consulado de Chengdu têm 30 dias para deixar o país.
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“O surgimento da situação atual entre a China e os Estados Unidos é algo que a China não quer e que os norte-americanos têm toda a responsabilidade”, afirmou o ministério. “Mais uma vez, exortamos os Estados Unidos a voltar atrás imediatamente da decisão errônea relevante e criar as condições necessárias para trazer o relacionamento bilateral de volta aos trilhos.”
O senador Marco Rubio, integrante do Partido Republicano e presidente interino do Comitê de Inteligência do Senado, escreveu em sua conta pessoal do Twitter, nesta semana, que o consulado em Houston era o “nódulo central da vasta rede de espiões e operações de influência do Partido Comunista nos Estados Unidos”. Em resposta, o porta-voz chinês, Wang Wenbin, classifica as alegações dos Estados Unidos como “calúnia mal-intencionada”.
Wenbin, disse, em entrevista coletiva nesta sexta-feira, que alguns funcionários do consulado “se envolveram em atividades inconsistentes com sua capacidade, interferiram nos assuntos internos da China e prejudicaram os interesses de segurança nacional da China”.
O consulado de Chengdu foi inaugurado em 1985 pelo então presidente dos Estados Unidos, George HW Bush. Atualmente, o local acompanha os acontecimentos na região do Tibet, onde o sentimento separatista é forte e questões políticas ligadas a esse fato são sensíveis a Pequim.
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O país norte-americano têm sete missões diplomáticas na China, considerando a embaixada em Pequim e consulados em cinco cidades da parte continental — Guangzhou, Xangai, Shenyang e Wuhan –, além de Hong Kong.
Em função da elevada tensão e incertezas acerca dos riscos geopolíticos, a bolsa de Xangai, na China, encerrou o pregão nesta quarta-feira caindo quase 4%. Os futuros de Nova York, de forma similar, operam em queda nesta manhã.
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