A guerra comercial e seu desdobramento tem gerado consequência na produção industrial da China. O país oriental registrou o menor nível de avanço em 17 anos, crescendo apenas 4,4% em ritmo anual em agosto.
“Temos que ser conscientes que a instabilidade e as incertezas nacionais estão aumentando significativamente e que, em casa, os problemas econômicos estruturais ainda são importantes”, informou o porta-voz da Agência Nacional de Estatísticas da China, Fu Linghui.
No mês anterior, julho, o crescimento da produção industrial avançou somente 4,8%, abaixo da meta do país de manter um crescimento de 6,0%. Em comparação com julho, as vendas no varejo registraram queda de -0,1% alcançando 7,5% em agosto.
Além disso, o segundo trimestre do ano houve uma desaceleração de 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB), representando o ritmo mais lento em quase três décadas.
“Para a China, manter um crescimento de 6,0% ou mais é muito difícil no atual contexto, com uma situação internacional complicada”, salientou o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
Possível trégua na guerra comercial
Nas últimas semanas, as maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, se apresentaram favoráveis à uma trégua na disputa comercial com o adiamento das tarifas.
O presidente norte-americano, informou que começou a considerar um acordo provisório com o país oriental. Entretanto, Donald Trump destacou que preferia um acordo definitivo. A declaração foi feita na última quinta-feira (12).
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A China também mostrou que pode estar dando uma trégua na guerra comercial. Isso porque o país asiático está voltando a importar produtos agrícolas dos EUA. A compra destes produtos havia sido suspensa no mês de agosto.
Trump decidiu retirar a aplicação de tarifas sobre produtos chineses após a China afirmar que iria isentar 16 produtos dos EUA de tarifas extras, durante um ano.
China e EUA adiam tarifas
O presidente dos Estados Unidos informou na última quarta-feira (11) que a elevação das tarifas sobre US$ 250 bilhões em importações de produtos da China foram adiadas por duas semanas.
A elevação de tarifas estava marcada para o dia 1° de outubro, porém, em sua conta no Twitter, Trump informou que as taxas subirão de 25% para 30% no dia 15 de outubro. De acordo com o presidente, trata-se de um “gesto de boa vontade”, fazendo menção a retirada de tarifas da China sobre produtos americanos.
A Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado da China publicou, na última quarta, uma lista de produtos dos Estados Unidos que serão isentos de tarifas que estavam sendo cobradas desde 2018.
Em outubro, os dois países devem se reunir novamente para negociar um acordo sobre a guerra comercial entre as potências. As tarifas sobre produtos dos EUA foram sanções impostas pelo governo da China a fim de abalar a economia norte-americana, como resposta as imposições de Trump sobre os produtos chineses.
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