A China começou a negociar com membros da oposição venezuelana. Diplomatas chineses se reuniram em Washington com assessores do autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó. O objetivo desses encontros seria chegar a um acordo para proteger seus investimentos no país sul-americano.
A abertura de negociações entre a China e representantes da oposição da Venezuela reforça as expectativas da queda de Nicolás Maduro. Até hoje, Pequim sempre foi um grande aliado do ditador venezuelano.
Segundo o jornal norte-americano “The Wall Street Journal“, o governo chinês é preocupado sobre o futuro de suas atividades petrolíferas na Venezuela. Além disso, a Venezuela tomou emprestados da China mais de US $ 50 bilhões (cerca de R$ 185,5 bilhões). O país sul-americano assinou uma série de contratos de empréstimos por petróleo desde 2007 e ainda tem uma dívida com Pequim de cerca de US $ 20 bilhões. Entretanto, os chineses se queixam que os reembolsos dessa dívida está atrasado desde 2013.
Reuniões reforçam possível mudança de regime
Essas reuniões seriam uma prova que o risco de uma mudança de regime é evidente, e os chineses não querem ser isolados pelo futuro governo. Também porque Guaidó é apoiado pelos Estados Unidos contra o ditador Maduro.
Nos últimos vinte anos, China e Russia forneceram uma ajuda vital para a Venezuela através de empréstimos em troca de petróleo. As relações entre Caracas, Pequim e Moscou foram se estreitando durante o governo de Hugo Chávez. O predecessor e padrinho político de Maduro tentou criar uma frente anti-americana com os dois gigantes e também Cuba e Irã.
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Entretanto, os laços comerciais e financeiros com esses países acabaram se deteriorando desde que Maduro assumiu o poder em 2013. Durante seu governo, a economia venezuelana começou a ruir. A produção de petróleo despencou, por causa de anos de corrupção e má gestão. Hoje é menos da metade do que era no começo dos anos 2000.
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As sanções impostas pelos Estados Unidos no mês passado sobre a indústria de petróleo da Venezuela aumentaram as dificuldades de Maduro. Isso porque atingiram a única fonte significativa de renda da Venezuela, e provocarão novas quedas na produção de petróleo.
O Ministério das Relações Exteriores da China não confirmou formalmente os contatos com a oposição da Venezuela.
Nas últimas semanas Guaidó pediu publicamente apoio da China e da Rússia. O jovem chefe da Assembléia Nacional salientou como a mudança política na Venezuela anteciparia das reformas econômicas para recuperar a estabilidade.
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Guaidó foi escolhido pelas oposições como líder para derrubar o regime de Maduro. Ele se autoproclamou presidente da república no dia 23 de janeiro, sendo reconhecido por muitos países, como os Estados Unidos, a França, o Reino Unido e o Brasil.
A Venezuela detêm as maiores reservas de petróleo do mundo. Segundo Guaidó, o país deve manter laços econômicos fortes com a China, maior importadora de petróleo do planeta.
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