China nega acusações de espionagem da Noruega contra Huawei

China rejeitou as acusações de espionagem contra a Huawei apresentadas pela Noruega.

A embaixada da China em Oslo rejeitou na última terça-feira (5) as acusações contra a companhia de tecnologia Huawei. O governo da Noruega acusou a empresa chinesa de espionagem. Entretanto, a sede diplomática chinesa na capital norueguesa as qualificou de “ridículas”.

O serviço de inteligência interna na Noruega (PST) apresentou a denúncia em seu relatório anual. O documento, publicado na última segunda-feira (4) indica as tentativas de espionagem realizadas por países como Rússia e China.

Segundo a diretora do PST, Benedicte Bjørnland, existe “uma distância muito pequena entre um ator comercial como a Huawei e o regime chinês”.

“Um ator como a Huawei será vulnerável às influências de seu país de origem, enquanto a China continua tendo uma lei sobre informação que obriga pessoas, entidades e empresas privadas a cooperar”, explicou Bjørnland em uma coletiva de imprensa.

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Por sua vez, a embaixada chinesa na Noruega negou as acusações. “A China não representa nenhuma ameaça para a segurança da Noruega”, indicou a sede diplomática em seu site, “É ridículo para o serviço de inteligência de um país fazer avaliações de segurança e atacar a China com uma linguagem puramente hipotética”.

Além disso, a embaixada salientou como a China “se opõe e combate sistematicamente todas as formas de ciberespionagem e de ataques”.

“As leis e regulamentações chinesas não são um mandato a uma instituição, seja qual for, para obrigar as empresas a colocar em práticas as ‘backdoors’”, explicou a sede diplomática, em referência a Huawei.

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A Huawei é a maior produtora de equipamentos de telecomunicações da China. A empresa chinesa é a segunda maior fabricante de smartphones do mundo, tendo ultrapassado a Apple em 2018.

Huawei no olho do furacão

A empresa de tecnologia chinesa está no olho do furacão há alguns meses. Vários países proibiram a instalação de equipamento Huawei em seu território para usar o sistema de internet móvel 5G. Entre eles estão os Estados Unidos, que alegaram razões de segurança nacional.

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Também a Noruega está estudando uma regulamentação da internet 5G para reduzir sua vulnerabilidade no uso dessa tecnologia. Entretanto, os dois principais grupos de telecomunicações noruegueses, a Telenor e a Telia, usaram material da Huawei para suas redes 4G.

EUA vs. Huawei

As tensões entre EUA e Huawei estão em níveis muito altos desde 2016, e foram agravadas pela guerra comercial entre americanos e chineses.

Em agosto de 2018, o presidente Donald Trump assinou uma lei que proíbe agências do governo de usar produtos e serviços da Huawei e de sua concorrente chinesa ZTE. Trump alegou preocupações com a segurança nacional.

Em junho, legisladores dos EUA fizeram apelo ao Google para que empresa deixasse de fazer negócios com a Huawei. Também nesse caso alegaram preocupações com a segurança nacional.

Em novembro, o governo dos EUA pediu para os aliados europeus para não usarem equipamentos Huawei, alegando risco de espionagem por parte da China.

China contra-ataca

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying, classificou como “histeria” as propostas de legislação dos Estados Unidos sobre a Huawei e outras fabricantes chinesas de equipamentos para telecomunicação.

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Além disso, a China pediu para que os congressistas norte-americanos não levem essas medidas adiante.

Em meados de janeiro, um grupo bipartidário de parlamentares dos EUA realizaram uma série de propostas de lei que impedem a venda de chips norte-americanos e outros componentes para Huawei, ZTE e outras empresas chinesas. Ambas as empresas estão sob suspeita dos Estados Unidos, após temores de espionagem por meio dos produtos tecnológicos.

Prisão da filha do fundador

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Além disso, em dezembro passado, Meng Wanzhou, filha do fundador da Huawei, foi presa no Canadá a pedido da Justiça dos Estados Unidos. Ela foi acusada de cometer fraudes para violar sanções econômicas impostas pelos EUA contra o Irã. O caso se tornou mais um ponto de atrito na relação entre ambos os países. A China, por sua vez, respondeu com a prisão de executivos canadenses que viajavam em território chinês.

Carlo Cauti

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