A China anunciou nesta quarta-feira (2) que não vai aderir às sanções contra a Rússia. O órgão regulatório bancário do país acredita que o impacto das medidas realizadas pelo o Ocidente serão limitadas e a relação comercial entre as duas economias continuará como sempre, segundo a agência Reuters.
A China vem criticando as sanções, chamando-as de ilegais e unilaterais. O país se recusou a condenar a invasão à Ucrânia pela Rússia.
“No que diz respeito às sanções financeiras, nós não as aprovamos, especialmente as sanções lançadas unilateralmente, porque elas não funcionam bem e não têm fundamento legal”, disse Guo Shuqing, presidente da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China, em entrevista coletiva.
“Não participaremos dessas sanções. Continuaremos a manter as trocas econômicas e comerciais normais com as partes relevantes”, afirmou, de acordo com a Reuters.
Os dois países ficaram bem mais próximos nos últimos anos, inclusive como parceiras comerciais. O comércio total entre a China e a Rússia subiu 35,9% em 2021, alcançando um recorde de US$ 146,9 bilhões, conforme os dados disponibilizados pela alfândega chinesa. A Rússia se tornou uma importante fonte de petróleo, gás, carvão e commodities agrícolas e registrando superávit comercial com a China.
“O impacto das sanções na economia e no setor financeiro da China até agora não é muito significativo”, acrescentou Guo. “No geral, elas não terão muito impacto (na China), mesmo no futuro.”
Na última segunda-feira (28), fontes internacionais citaram no Twitter que o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse em briefing em Pequim que a China “não apoia o uso de sanções para resolver problemas”, e que “a China e a Rússia continuarão a fazer sua cooperação comercial normal”.
O jornal Wall Street Journal publicou que as autoridades americanas afirmaram que as sanções colocadas, especialmente em relação ao controle sobre a exportação de produtos de alta tecnologia, podem atingir duramente o país.
Na reportagem, um funcionário do Departamento de Estado dos Estados Unidos acrescenta que, se a China “ou qualquer outro país quiser se envolver em atividades que estariam sujeitas a nossas sanções, estará sujeito a nossas sanções”.
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