Autoridades da China estão pedindo a governos locais que se preparem para o eventual colapso da Evergrande, gigante do setor imobiliário chinês que enfrenta graves problemas de liquidez, disseram fontes ao jornal O Estado de S.Paulo com conhecimento do assunto, sinalizando relutância de resgatar a empresa e na tentativa de evitar efeitos secundários de sua crise.
As fontes caracterizaram a iniciativa como “preparação para uma possível tempestade”, com o argumento de que agências de governos locais e empresas estatais foram instruídas a intervir apenas em último caso se a Evergrande não conseguir superar suas dificuldades de forma ordenada.
Segundo as fontes, governos locais foram incumbidos com a tarefa de prevenir turbulência e mitigar efeitos de contágio para compradores de imóveis e para a economia de forma geral, restringindo cortes de empregos, por exemplo, cenário que se torna cada vez mais provável à medida que a situação da Evergrande se agrava.
A Evergrande tem uma série de pagamentos de bônus a honrar nas próximas semanas, incluindo juros sobre bônus externos que vencem nesta quinta-feira (23).
Os governos locais também receberam a tarefa de reunir grupos de contadores e peritos legais para examinar as finanças das operações da Evergrande em suas respectivas regiões, discutir com incorporadoras locais a possibilidade de assumir projetos imobiliários locais e criar equipes para monitorar eventuais distúrbios públicos e protestos, dizem as fontes.
Porta-vozes da Evergrande e do gabinete chinês, conhecido como Conselho Estatal, não responderam imediatamente a pedidos para comentar o assunto.
Evergrande diz que vai pagar juros de uma das dívidas hoje
Uma das unidades da incorporadora imobiliária chinesa Evergrande, que causou pânico nos mercados nesta semana, afirmou que pagará dentro do prazo os juros de uma emissão de títulos nesta quinta-feira.
Nesse contexto, a unidade da Evergrande oferece ao endividado conglomerado um pequeno respiro no momento em que tenta melhorar sua estrutura de capital e consertar sua imagem internacional. A unidade, a Hengda Real Estate Group Co, pagará 232 milhões de yuans (o equivalente a US$ 35,9 milhões) em juros de sua emissão de bonds com vencimento em setembro de 2025, que tem juros de 5,80%.
Investidores têm monitorado a Evergrande de perto, temendo que um possível calote de uma das maiores incorporadoras imobiliárias da China crie riscos financeiros sistêmicos e gere problemas para todo o mercado.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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