China mantém rating em A+ com ‘finanças fortes’, afirma Fitch
Em perspectiva estável, a China segue avaliada como A+ para a agência de classificação de risco Fitch. Nesta quinta-feira (31), a agência publicou que ainda enxerga o país sendo suportado por suas finanças externas “fortes” e pelo tamanho de sua economia.
Entretanto, a Fitch pontuou que o país concentra riscos fiscais e de estabilidade macrofinanceira, além de alto endividamento em alguns setores e uma renda per capita e governança inferiores aos de países com rating na faixa “A”.
Na análise da agência, uma desaceleração nominal e uma deterioração na perspectiva do setor imobiliário poderiam “exacerbar desafios” associados com uma China de economia muito alavancada.
Em junho, a Fitch reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China para o ano de 2023, de 5,6% a 4,8%. Além disso, a crise do setor imobiliário afeta diretamente a demanda doméstica, enquanto a demanda externa fraca também prejudica a atividade da indústria e, obviamente, as exportações.
A Fitch vê o apoio fiscal contido pela receita mais fraca dos governos locais, no quadro atual chinês.
Ainda assim, ela espera que o crescimento de médio prazo da China siga “forte em comparação com os pares”, em quase 5% ao longo dos próximos cinco anos. A agência também menciona o risco de tensões geopolíticas, em quadro “desafiador” nas relações com os EUA. Para a Fitch, o desacoplamento entre as economias das potências deve ser gradual e as empresas globais ainda veem valor no mercado doméstico da China e em sua infraestrutura.
UBS corta previsões para China
Com dados de crescimento abaixo do esperado nas divulgações recentes e sinais de uma crise imobiliária, a China teve sua projeções cortadas pelos analistas do UBS no dia 21 de agosto.
A projeção para o PIB da China foi cortada de 5,2% para 4,8% neste ano e de 5,0% para 4,2% em 2024.
“O crescimento econômico da China desacelerou desde abril, com a desaceleração imobiliária se intensificando. O apoio político do governo tem sido indiscutivelmente menor do que o indicado no início do ano e menos do que esperávamos”, avaliou o UBS.
Segundo a instituição, a previsão agora é de uma recessão imobiliária mais profunda e prolongada na China. “A revisão de nossa projeção para novas propriedades para 2023 começa de um declínio de meio dígito para uma contração de 25%. As projeções para investimento no setor imobiliário foram alteradas de próximas à estabilidade para cerca de 10% de queda”, afirma.
Com informações de Estadão Conteúdo.