China eleva tarifas sobre importações dos EUA para 125%; UE suspende retaliação

A China anunciou nesta sexta-feira (11) que vai elevar sua tarifa retaliatória sobre importações dos EUA de 84% para 125%. A nova tarifa entra em vigor neste sábado (12). O governo de Pequim sinalizou, no entanto, que não vai mais igualar eventuais novas elevações de tarifas pelos EUA, com o argumento de que as importações americanas não são mais comercializáveis nos níveis atuais.

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“Mesmo que os EUA continuem impondo tarifas mais altas, isso não fará mais sentido econômico e se tornará uma piada na história da economia mundial”, diz comunicado da comissão de tarifas do Conselho Estatal chinês. “Se os EUA seguirem impondo tarifas a bens chineses exportados para os EUA, a China vai ignorar”, acrescenta.

O governo chinês anunciou ainda que o presidente Xi Jinping visitará o Vietnã, a Malásia e o Camboja na próxima semana, Será sua primeira viagem ao exterior desde novembro. Os três países do Sudeste Asiático são parceiros comerciais próximos dos Estados Unidos e da China.

Com o acesso ao mercado americano drasticamente restringido, a China tem falado sobre aprofundar laços com outras nações asiáticas. Pequim também contatou Europa, Austrália e Arábia Saudita, sugerindo um trabalho em conjunto para lidar com as tarifas estabelecidas pelo presidente Donald Trump.

China aumenta tarifas; europa suspende retaliação

A Comissão Europeia, que é o braço executivo da União Europeia (UE), anunciou que suspenderá, por 90 dias, medidas de retaliação aos Estados Unidos. A decisão coincide com a pausa anunciada pelo governo Trump em suas novas e abrangentes tarifas sobre parceiros comerciais globais, abrindo espaço para uma solução negociada.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o órgão, que lida com o comércio para os 27 países-membros do bloco, “tomou nota do anúncio do presidente Trump”.

Assim, novas tarifas sobre € 20,9 bilhões (R$ 138,1 bilhões) de produtos americanos serão suspensas por 90 dias, porque “queremos dar uma chance às negociações”, disse a gestora em comunicado. Mas advertiu: “Se as negociações não forem satisfatórias, nossas contramedidas entrarão em ação”.

Trump impôs uma taxa de 20% sobre os produtos da UE como parte de sua ofensiva protecionista, mas disse na quarta-feira (9) que ela ficaria suspensa por 90 dias para dar aos países a chance de negociar soluções para as preocupações comerciais dos EUA. Os países incluídos na pausa terão, porém, a tarifa básica de 10% imposta por Trump.

Antes do anúncio de Trump, os países-membros da UE votaram para aprovar um conjunto de tarifas retaliatórias sobre US$ 23 bilhões (R$ 135,9 bilhões) em mercadorias, em resposta às tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importados que entraram em vigor em março. Para a UE, maior parceiro comercial dos EUA, as tarifas são “injustificadas e prejudiciais”.

As tarifas da UE foram definidas para entrar em vigor por etapas, algumas em 15 de abril, e outras em 15 de maio e 1.º de dezembro. A comissão da UE não forneceu a lista dos produtos.

Os países membros da UE – maior bloco comercial do mundo – disseram que preferem um acordo negociado para resolver uma guerra comercial que prejudica as economias de ambos os lados. A principal autoridade comercial do bloco tem se deslocado entre Bruxelas e Washington há semanas, tentando evitar um conflito.

Os produtos visados são uma pequena fração do € 1,6 trilhão (R$ 10,5 trilhões) do comércio anual entre os EUA e a UE. Cerca de € 4,4 bilhões (R$ 29 bilhões) em mercadorias e serviços cruzam o Atlântico todos os dias, no que a Comissão Europeia chama de “a relação comercial mais importante do mundo”.

Com Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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