China desmente Trump sobre discussão de tarifas e anuncia pacote para acelerar economia
A China reiterou não estar discutindo tarifas comerciais com os Estados Unidos, um dia após o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmar que se reuniu com autoridades chinesas. “A China e os EUA não estão realizando consultas ou negociações sobre a questão tarifária”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun.

Em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (25), ele acrescentou que os EUA “deveriam parar de criar confusão”. Ao ser questionado sobre relatos de que a China estaria considerando isentar algumas importações dos EUA de sua tarifa de 125%, Guo disse “não ter conhecimento de detalhes” do assunto.
Na quinta-feira (24), Trump disse que se reuniu com representantes chineses, sem dizer quem teria participado da conversa. Segundo ele, essa informação “não importava”. O comentário aconteceu antes do almoço de Trump com o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Stoere, na Casa Branca, em que tratou de comércio exterior e a guerra entre Ucrânia e Rússia. “A Noruega sempre foi uma ótima aliada, uma amiga. Conversaremos sobre comércio e acredito que chegaremos rapidamente a um acordo”, disse.
Do lado chinês, o porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yadong, afirmou que um acordo hoje seria como “tentar pegar o vento”. “A posição da China é consistente e estamos abertos a consultas e ao diálogo, mas tais consultas e negociações devem ser conduzidas com base no respeito mútuo e de maneira equitativa.”
Segundo ele, “atualmente não há negociações econômicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos, e quaisquer alegações sobre progresso nas negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA são rumores infundados, sem evidências factuais”.
China anuncia medidas para impulsionar economia
O comitê executivo do Partido Comunista da China anunciou nesta sexta-feira (25) uma série de medidas para acelerar a implementação de políticas econômicas proativas, informou a Xinhua, a agência de notícias estatal do país.
Entre as iniciativas anunciadas, estão o lançamento de novas ferramentas monetárias para apoio à inovação, ao consumo e ao comércio; o aprimoramento do programa de compra habitações; a ampliação do suporte financeiro para empresas em dificuldades; e a criação de meios de refinanciamento para o consumo de serviços e o cuidado de idosos.
Além disso, as autoridades da China informaram que vão cortar os juros e baixar a exigência da taxa de reserva “no momento apropriado”; fortalecer a produção agrícola e estabilizar os preços dos alimentos; e lançar iniciativas para estabilizar o emprego e o crescimento econômico. O anúncio também inclui a promessa de reformas em favelas “de maneira intensa e ordenada”. Fonte: Dow Jones Newswires.
Com Estadão Conteúdo