China alerta Canadá para consequências da prisão de Meng Wangzhou
A China apresentou queixa formal contra o Canadá no sábado (08), no caso que vem se tornando um dos mais intensos conflitos diplomáticos entre as nações. O governo chinês exige a libertação da diretora financeira da Huawei Technologies, Meng Wangzhou.
Le Yucheng, vice-ministro das Relações Exteriores da China, convocou ontem o embaixador canadense John McCallum para exibir um “forte protesto” por conta da detenção de Wangzhou.
Yucheng reivindicou a soltura imediata da CFO da Huawei, embasando-se em um comunicado da chancelaria chinesa.
As palavras no comunicado, “a China pede veementemente que o Canadá liberte imediatamente a pessoa presa e protege seriamente seus direitos legais e legítimos, do contrário, o Canadá precisa aceitar total responsabilidade pelas sérias consequências causadas”, não foram precisas quanto ao que seriam as consequências.
Classificado como “extremamente desagradável”, o episódio foi colocado pelo ministério chinês como passível de danos às relações sino-canadenses.
De acordo com a defesa do governo canadense, Wangzhou evitou ir aos EUA desde que tomou conhecimento da investigação, e que não tem vínculos com o Canadá. Ainda de acordo com o advogado, a CFO tem alto risco de fuga, devido ao seu acesso a dinheiro e contatos.
A ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Chrystia Freeland, afirmou à Imprensa na sexta-feira (07) que a relação com a China é importante e valorizada.
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A prisão
A prisão de Meng Wangzhou foi relevada na quarta-feira (05) pelas autoridades canadenses.
O encarceramento da filha do fundador da Huawei Technologies, Ren Zhengfei, é consequência de uma apuração dos EUA referente a um esquema para utilizar o sistema bancário global, para contornar as sanções de Washington contra o Irã.
De acordo com o governo norte-americano, a Huawei empregou a Skycom Corporation a fim de concretizar negócios com o Irã.
Na última sexta-feira a CFO foi a um tribunal canadense requerer sua liberdade via pagamento de fiança. Após seis horas de argumentações, a audiência foi adiada para a segunda-feira (10).
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Paralelamente, a Justiça do Canadá está em processo de decidir a aprovação da extradição da chinesa para os EUA.
Assim, caso Wangzhou seja extraditada para os EUA, ela enfrentará acusações de conspiração para fraudar múltiplas instituições financeiras. Para cada acusação, a sentença máxima será de 30 anos.
Guerra Comercial
O episódio da CFO da Huawei Technologies se desenrola na semana após a trégua da guerra comercial entre China e EUA ser estabelecida.
Com a ascensão de preços das tarifas de importação, os países afetaram a economia global até que decidiram congelar por 90 dias a ampliação das taxas.
O acordo entre Donald Trump e Xi Jinping, presidentes dos EUA e China respectivamente, ocorreu na cúpula do G20 em Viena, no mesmo dia da prisão de Meng.