A China anunciou nesta segunda-feira (13) que vai aumentar as tarifas sobre US$ 60 bilhões de produtos norte-americanos. A medida ocorre como retaliação aos Estados Unidos por elevarem as taxas sobre importações de produtos chineses.
A elevação da tarifa da China será aplicada a 5.140 produtos norte-americanos a partir de 1 de junho. As informações foram dadas pelo Ministério das Finanças à agência Reuters.
No início do mês de maio, o presidente dos Estado Unidos, Donald Trump, anunciou que aumentaria a tarifa sobre produtos importados chineses. A medida de Trump ocorreu porque a China teria descumprido parte de acordos entre os países. Dessa forma, as taxas sobre importação passaram de 10% a 25% sobre US$ 200 milhões em produtos.
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A nova tarifa entrou em vigor na última sexta-feira (10). Sendo assim, as autoridades chinesas haviam prometido uma retaliação. Entretanto, até então, não haviam informado detalhes sobre o contra-ataque chinês.
China não rende à pressão
A medida ocorreu após a China anunciar na manhã desta segunda que “não renderia à pressão externa”. “Dissemos muitas vezes que acrescentar tarifas não vai resolver qualquer problema. A China nunca vai se render à pressão externa. Temos a confiança e a capacidade de proteger nossos direitos legítimos e legais”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang.
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As ações das duas potências levantam dúvidas sobre a continuidade das negociações comerciais. No domingo, o assessor econômico de Trump, Larry Kudlow, afirmou que há uma “forte possibilidade” de encontro entre os líderes das potências no G20. A reunião seria nos bastidores do evento que acontecerá no Japão, no próximo mês.
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Durante a última quinta-feira (9) a China e os EUA retornaram as negociações, no entanto, o país asiático não conseguiu impedir o aumento das taxas. O Ministério do Comércio de Pequim lamentou a medida de Trump.
Disputa comercial entre as potências
Em 2015, a China lançou o programa “Made in China 2025”, que tinha como objetivo fazer do país um líder mundial em setores, como:
- aeronáutica;
- robótica;
- telecomunicações;
- inteligência artificial e veículos de energia limpa.
Alinhado ao pensamento chinês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pareceu favorável ao progresso do país asiático em alguns momentos. No entanto, não concordava com as perdas das empresas norte-americanas.
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Dessa forma, os EUA pediram o fim de práticas comerciais que julgaram “injustas”, como:
- transferência de tecnologia imposta a empresas estrangeiras na China;
- roubo de propriedade intelectual dos EUA;
- subsídios concedidos a empresas estatais chinesas.
Por fim, as ameaças dos Estados Unidos de aumentar as tarifas sobre US$ 200 bilhões de importações chinesas foi cumprida e a retaliação da China também veio. No entanto, as preocupações estão voltadas ao impacto negativo sobre a economia global.
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