Em quais ações o ChatGPT investiria na Bolsa brasileira?

Desde que foi lançado e caiu nas graças do público, o ChatGPT já foi utilizado para as mais diversas tarefas – desde escrever um livro para um terceiro lançá-lo na Amazon até compor músicas e ajudar em tarefas cotidianas.

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A ferramenta tem uma base de dados considerada robusta e mostra uma tecnologia promissora. Isso tudo a ponto de a Microsoft (MSFT34) anunciar um investimento multibilionário na OpenAI, companhia de inteligência artificial (IA) responsável pelo ChatGPT.

Ao falar sobre investimentos e ações, a IA mantém um perfil previsível e que fica em linha com recomendações usuais e máximas do mercado financeiro.

Em grande parte das respostas, mantém ressalvas claras sobre o fato de que investir envolve risco e é algo subjetivo e que depende do perfil do investidor e do momento atual.

Além disso, a ferramenta, sem CNPI, não dá recomendações formais de investimentos.

“Como assistente de linguagem, não sou capaz de fornecer recomendações de investimento específicas. No entanto, posso oferecer algumas orientações gerais que podem ajudá-lo a tomar uma decisão informada”, responde o ChatGPT, a perguntas em tom mais inquisidor sobre recomendações de ativos.

Com uma base de dados que vai até 2021, a plataforma construiria um portfólio cujas ações do Itaú (ITUB4) ocupariam o posto de maior posição, juntamente com ações da Vale (VALE3).

Para construir um portfólio de 12 ações, com uma relação de risco e retorno saudável com alocações de 5% a 15%, a IA também aloca uma parte menor em ativos como Magazine Luiza (MGLU3) – que somaram uma performance desastrosa desde 2021.

Ações da ‘carteira do ChatGPT’

  1. Itaú Unibanco (ITUB4) – 15%
  2. Vale (VALE3) – 15%
  3. Petrobras (PETR4) – 10%
  4. Ambev (ABEV3) – 10%
  5. Banco do Brasil (BBAS3) – 10%
  6. Bradesco (BBDC4) – 10%
  7. B3 (B3SA3) – 5%
  8. Suzano (SUZB3) – 5%
  9. Lojas Renner (LREN3) – 5%
  10. JBS (JBSS3) – 5%
  11. Magazine Luiza (MGLU3) – 5%
  12. Grupo Natura (NTCO3) – 5%

Luís Fernando Guedes, professor da FIA Business School com foco em inovação e projetos e Mestre em Tecnologia de Operações pela FGV- EAESP, destaca que a ferramenta caiu no ‘hype’ pela usabilidade.

Para o acadêmico, o fato de a interface ter uma usabilidade muito amigável com um público grande, com pouca complexidade e uma dinâmica simples, fez com que o ChatGPT tivesse tanto sucesso.

Além disso, destaca que a plataforma não é uma ‘fonte de verdade’, assim com o piloto automático de alguns modelos elétricos não é 100% confiável e tem uma margem de erro.

“Ele parte de uma base de dados. O hype é pela interface e pela velocidade e qualidade da resposta. Para coisas importantes, ele está muito longe de ser um advisor qualificado, assim como o Wikipedia ou um camarada de faculdade”, comenta.

“A questão é que a busca por uma fonte de dados crível é algo que permeia a história da humanidade, desde o Oráculo de Delfos. Não chegaremos lá nunca, porque o ambiente é muito complexo e é inviável se ter uma base de dados totalmente fidedigna”, segue.

Com isso, o especialista aponta que a inteligência artificial da OpenAI tende a ser um ‘norte’ para decisões, mas que a presença humana ainda é extremamente necessária, especialmente em casos de de muita responsabilidade – incluindo uma alocação financeira relevante, no caso dos investimentos.

“Minha opinião é de que a IA pode ajudar na interlocução para tirar dúvidas, como a Alexa, ou o Google Home. Você pergunta coisas e ela te responde. Você pode pedir perguntas simples como como “riscos de investir em ação”. Além disso ela pode poupar tempo de um analista que pergunta por alguns dados ou informações”, explica.

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IA dá ‘mais tempo e mais dinheiro’

Guedes também pontua que o uso de inteligência artificial deve ser tão relevante nos próximos cinco ou dez anos que será tão comum como dispositivos que não nos surpreendemos em ter atualmente – como tomadas elétricas, televisão ou smartphone.

Mais: a utilização por empresas deve ser ampliada além dos patamares atuais.

Por exemplo, a Cemex, empresa de cimento do México que figura como uma das maiores do mundo no seu segmento, já utiliza uma inteligência artificial para adiantar rotas de entrega e melhora eficiência dentro da logística, poupando tempo e recursos financeiros.

Outro exemplo recente, que envolve diretamente a ferramenta da OpenAI, foi o BuzzFeed, uma empresa de mídia dos Estados Unidos.

Conforme repostado pelo Suno Notícias, a companhia prevê usar a API da inteligência artificial (Interface de Programação de Aplicação) para auxiliar no negócio de produção de conteúdo, antecipando tendências e aumentando o potencial de audiência de conteúdos.

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Em um memorando, o CEO e fundador da companhia, Jonah Peretti, disse que o ano de 2023 será marcado pelo início das produções com inteligência artificial de forma mais concreta.

“Em 2023, você verá conteúdo inspirado em inteligência artificial passar de um estágio de pesquisa e desenvolvimento para ocupar protagonismo dentro de nosso negócio, aprimorando a experiência dos questionários [quiz], dando mais informações ao nosso ‘brainstorming’ e personalizando conteúdo para nosso público”, disse o executivo.

O movimento fez as ações do BuzzFeed saltarem cerca de 300% em poucos dias, mostrando um ânimo dos investidores com a adesão do ChatGPT – além do fato de que a empresa fechara um acordo de US$ 10 milhões com a a Meta (M1TA34), holding que controla o Facebook, o Instagram e outras plataformas.

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Eduardo Vargas

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