Cepal alerta para contração econômica de 9,1% na América Latina no ano
Os economistas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) revisaram nesta quarta-feira (15) as previsões econômicas para a América Latina em 2020. Diante dos efeitos gerados pela pandemia do coronavírus (covid-19), a instituição projeta uma contração de 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB) da região neste ano.
Em uma apresentação realizada pela secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, a comissão realçou que a América Latina agora figura no epicentro da pandemia de Covid-19, o que irá agravar os efeitos econômicos. Desde abril, quando a estimativa era de uma contração de 5,3% do PIB, a funcionária alerta que esta será a pior recessão da História da região.
As revisões na previsão econômica da instituição foram as seguintes:
- Brasil: de 5,2% em abril para uma estimativa de 9,2% na contração do PIB;
- Peru: contração de 13%;
- Argentina: contração de 10,5%;
- México: contração de 9%;
- Venezuela: contração de 26%;
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A organização com sede em Santiago do Chile ressalta que, depois que a América Latina registrou um crescimento médio de 0,1% entre 2014 e 2019, a queda do PIB per capita agora representa um retrocesso de dez anos. Dessa forma, a organização acredita que em 2020 o PIB per capita regional será o mesmo registrado em 2010.
De acordo com Alicia, será necessário maior esforço fiscal e monetário para mitigar os efeitos da pandemia e trazer a reativação da economia. Além disso, a secretária explicou que na América Latina, serão cerca de 96 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza. O número deverá praticamente dobrar no ano, passando de 5,5% para 9,8%. Neste sentido, a organização defendeu a necessidade de ampliar as políticas de proteção social, principalmente diante do crescimento do desemprego, da pobreza e da desigualdade no país.
FMI ampliou a linha de crédito para países da América Latina
Em junho, o Fundo Monetário Internacional (FMI) ampliou a disponibilidade de recursos para os países da América Latina na Linha de Crédito Flexível (LCF). O objetivo da organização internacional é criar uma rede de segurança para que as economias da região possam superar os efeitos econômicos provocados pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Entre os países que poderiam se beneficiar dos recursos disponibilizados pelo FMI estão:
- Chile
- Peru
- México
- Colômbia
economias que sofreram as fortes oscilações dos mercados registradas no primeiro trimestre.
Saiba mais: FMI amplia linha de crédito para países da América Latina
O FMI aprovou em maio o acesso a LCF para esses quatro países da América Latina, que terão uma disponibilidade de US$ 107 bilhões (cerca de R$ 550 bilhões no total) e financiamentos. Esse valor representa cerca de um décimo da capacidade total de empréstimo do fundo.