CEO e presidente da Commerzbank cedem à pressão e renunciam
O segundo maior credor da Alemanha, o Commerzbank, informou nesta sexta-feira (3) que o CEO e o chairman apresentaram suas cartas de renúncia. O banco estava sob forte pressão do acionista Cerberus Capital Management para que houvesse uma troca na diretoria devido ao fraco desempenho persistente da instituição.
Em um comunicado ao Commerzbank, o CEO, Martin Zielke, explicou a situação. “Mesmo se fizemos um progresso estratégico, o desempenho financeiro do banco foi e é insatisfatório”, afirmou. “E, como CEO, sou responsável por isso.”
O pedido de renúncia de Zielke será avaliada e submetida à aprovação do conselho em 8 de julho. A renúncia do presidente Stefan Schmittmann entrará em vigor em 3 de agosto. Em comunicado, Schmittmann disse que compartilhava a responsabilidade pelo fracasso do Commerzbank. Ele explicou que falhou ao tentar convencer os mercados de que sua restruturação, que incluiu cortes de empregos, era suficiente para a melhora do banco.
O Commerzbank registrou uma perda de € 295 milhões (cerca de R$ 1,76 bilhões) no primeiro trimestre, suas ações caíram 25% este ano e seu valor contábil é menor que o dos outros credores europeus do mesmo porte. Os negócios do Commerzbank dependem fortemente das pequenas e médias empresas alemãs de Mittelstand, muitas das quais foram especialmente afetadas pela pandemia do coronavírus (covid-19).
No mês passado, a empresa de private equity dona de mais de 5% do Commerzbank, Cerberus, enviou uma carta a Schmittmann reclamando que o banco “não apresentou uma estratégia coerente e falhou em implementar seus próprios planos progressivamente menos ambiciosos”.
O Commerzbank falhou em sua restruturação
O banco anunciou o corte de 2.300 empregos e o fechamento de uma em cada cinco agências, porém as negociações com representantes dos trabalhadores começarão nos próximos meses. Um elemento-chave da estratégia, a venda da subsidiária polonesa mBank do Commerzbank, foi cancelada depois que o credor alemão não conseguiu atrair compradores dispostos a pagar um preço “justo”.
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O Banco Central Europeu, principal órgão regulador financeiro da região, pediu no final do ano passado ao Commerzbank que acelere seus esforços de reestruturação, expressando preocupação com os retornos monótonos da instituição financeira.