CEO da Amazon Brasil fala dos erros e acertos da empresa e elogia CEO do Magalu
Em evento de lançamento do livro “A Nova Geração de CEOs”, na última quinta-feira, o presidente da Amazon Brasil, Alex Szapiro, contou um pouco sobre a filosofia da empresa e não conteve elogios ao CEO da concorrente Magazine Luiza.
O foco principal do executivo foi a ideia de Jeff Bezos de que a “inovação e o fracasso são irmãos gêmeos”. Ou seja, fazer o novo vem com riscos, e tudo bem falhar de vez em quando na busca pela inovação. “Se tem uma coisa que a gente sabe bem é falhar”, brincou Szapiro, que atribui dois dos grandes sucessos da empresa a fracassos anteriores.
O primeiro exemplo que ele deu foi o Fire Phone, tentativa de lançamento de smartphone da Amazon. Anunciado em 2014, as vendas do aparelho duraram um único ano, sendo descontinuadas em agosto de 2015. “Não deu certo mesmo, o prejuízo foi de mais de US$ 130 milhões”, disse Szapiro.
No entanto, ele atribui um dos grandes êxitos atuais da empresa, o Amazon Echo e a assistente virtual Alexa, às tecnologias geradas justamente nesse esforço de lançar um smartphone. Esses produtos têm crescido cada vez mais no ecossistema da Amazon, e no mesmo dia do evento a empresa anunciou 10 novos produtos baseados na frente de inteligência doméstica, como um microondas inteligente.
Outra falha da Amazon que acabou virando acerto foi a sua tentativa de copiar o eBay, ainda em 1997, fazendo uma plataforma de leilões. O fracasso e o estudo em cima dele levou à criação do conceito de marketplace, hoje de longe a forma de mais sucesso do varejo online.
Questionado sobre o Magazine Luiza, que é o maior sucesso da bolsa brasileira dos últimos dois anos, Szapiro não poupou elogios a Frederico Trajano, CEO da empresa, filho da fundadora Luiza Trajano, e considerado por muitos como grande responsável pelo sucesso do Magalu.
“O Fred é uma das pessoas mais extraordinárias que eu conheço no sentido de olhar o varejo e a inovação”, diz Szapiro, esclarecendo que respeito não significa necessariamente ter medo da concorrência. “A gente olha muito pouco para o concorrente, porque quando você olha para o concorrente, quer fazer igual e acaba esquecendo de olhar para o cliente”, justifica.