A privatização da elétrica Cemig (CMIG4), encabeçada pelo governador do estado, Romeu Zema, sofre rejeição de 47,7% dos mineiros. Além disso, dos entrevistados pela Associação Mineira de Municípios (AMM), 36,2% são favoráveis à desestatização da companhia e 16,1% não opinaram.
As informações levantadas pelo instituto são relevantes pois, segundo a legislação do estado de Minas Gerais, é necessária a aprovação em plebiscito para a venda do controle de empresas estatais, como é o caso da Cemig.
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Para progredir com o programa de desestatização mesmo sem a aprovação popular, Zema precisaria alterar a Constituição local. Isso requer a maioria de três quintos no legislativo de Minas.
Opiniões divergentes sobre a Cemig
Segundo a pesquisa realizada em parceria com o instituto MDA, foram feitas 1,5 mil entrevistas, em 227 municípios mineiros, entre os dias 23 e 27 de setembro. O estudo tem uma margem de erro de 2,5 pontos percentuais, com 95% de confiança.
A maior parte do apoio à privatização da elétrica mineira mostrou-se estar entre pessoas com renda familiar acima de 5 salários mínimos. Mesmo assim, houve um empate nessa faixa social, com 45% das opiniões favoráveis à medida e 45% contrárias.
Já entre as famílias com renda entre 2 e 5 salários mínimos, os favoráveis à desestatização são 39%, com 46% contrários. Na faixa de renda abaixo de 2 salários, o apoio à proposta é de 32%, enquanto a oposição chegou a 49%.
Entre os escolarizados, há um panorama menos negativo quanto à proposta de desestatização da empresa. Entre pessoas com nível superior, 42% entendem como positiva a privatização, enquanto 46% são contrários. Entre os formados no ensino fundamental, há 31% a favor da venda da elétrica, enquanto 48% são não aprovariam.
Na análise por região, existem mais mineiros favoráveis do que contrários à privatização apenas no Centro-Oeste do Estado, com 47% contra 36%, e no Sul de Minas, com 42% frente a 37% contra. Na região central do estado, a rejeição à privatização é de 54%, com apoio de 34%. Já na Zona da Mata, os contrários atingem 60%, contra 30% favoráveis.
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Executivos da estatal, no final de agosto, esperavam que uma proposta oficial do governo para a desestatização da elétrica deveria ser apresentada em breve ao legislativo estadual. Embora o objetivo seja a aprovação ainda neste ano, o governo não progrediu no tema como estimado.
Segundo informações noticiadas na época, em agosto, Zema afirmou que a privatização da Cemig e de outros ativos de posse estatal deveriam ficar para 2020 e 2021, permitindo negociações com a Assembleia Legislativa de Minas.