Em novo relatório sobre a Cemig (CMIG4), após o Investor Day da companhia, analistas do BTG Pactual reafirmaram a recomendação neutra para os papéis da companhia.
O preço-alvo da casa seguiu de R$ 11 para as ações da Cemig, sendo que atualmente os papéis CMIG4 negociam na casa dos R$ 12.
Na análise, os especialistas destacaram que movimentos de desinvestimentos podem abrir espaço para distribuições extraordinárias de dividendos da Cemig.
“Desde 2019, a Cemig passou por um turnaround significativo: desinvestiu de ativos não essenciais (R$ 7,7 bilhões em economias, caixa e injeções de capital evitadas), comprometeu-se a reduzir as perdas de energia e melhorar a eficiência operacional e anunciou seu maior plano de investimento de todos os tempos, centrado nas operações principais em Minas Gerais”, diz a casa.
“A venda de outros ativos não essenciais, incluindo a Taesa, pode ser uma prioridade , potencialmente gerando dividendos extraordinários“.
Segundo o BTG, apesar de a alavancagem ser considerada “confortável” atualmente, em dívida líquida/EBITDA, a companhia espera que ela aumente gradualmente para 2,5x até o ano de 2027.
Isso, à medida que o capex for sendo implementado, mas ainda deixando espaço para oportunidades de crescimento.
Privatização da Cemig no radar
Segundo o BTG, a possível federalização da Cemig, conforme delineada no projeto de lei PROPAG proposto pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi um tema de destaque durante o Investor Day.
“O Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, e o Presidente Utsch reconheceram que a Cemig poderia ser mais eficiente se fosse transformada em uma corporação, uma proposta anteriormente apoiada pelo Governador Romeu Zema como parte de uma agenda mais liberal”, diz a casa.
“No entanto, o Secretário Passalio reiterou que o estado vê a federalização com bons olhos, embora seja um caminho longo, que requer a aprovação do legislativo estadual. Passalio também apontou que os atuais direitos de tag-along (80% para as ações ON da CMIG3) e o valuation pelo qual o controle seria transferido poderiam dissuadir o governo de buscar a federalização”, completa.
Os analistas ainda destacaram que Passalio também mencionou ainda a possibilidade de a privatização da Cemig ser seguida pela federalização.
“No entanto, concluiu que a opção mais viável hoje é a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que atualmente está em vigor por meio de uma liminar do Supremo Tribunal Federal e poderia ser formalizada por meio de autorização legislativa”, completa o BTG sobre a privatização da Cemig.