Cemig (CMIG4) sobe após anúncio de venda de fatia da Taesa (TAEE11) e balanço
A Cemig (CMIG4) é uma das principais altas do pregão desta segunda-feira (29) do Ibovespa, após ter, na sexta-feira, divulgado seu balanço do quarto trimestre de 2020 e anunciado que estuda formas de vender sua participação na Taesa (TAEE11).
Tanto a XP Investimentos quanto o BTG Pactual viram o resultado trimestral da Companhia Energética de Minas Gerais de forma neutra, com alguns números da Cemig vindo melhores do que o esperado e outros não tanto.
“A Cemig registrou Ebitda de R$ 1,560 bilhão. No entanto, quando ajustado, tirando itens não recorrentes, esse número teria ficado em R $ 1,095 bilhão, 18% abaixo de nossa estimativa”, afirma João Pimentel, do BTG Pactual. Para a XP, porém, o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia veio dentro da estimativa.
O banco pontua que o setor de geração e transmissão da companhia foi impactado pela estratégia de alocação de energia da empresa, que gerou custos mais elevados por conta dos preços mais caros da energia. Já o setor de distribuição ficou aquém do esperado devido ao crescimento dos custos operacionais à maior inadimplência, que forçou a companhia a elevar as provisões.
O BTG esperava um Ebitda de R$ 666 milhões para o setor de geração e transmissão, ante os R$ 405 milhões registrados, e de R$ 525 milhões para o setor de distribuição, com a Cemig obtendo R$ 436 milhões.
O lucro líquido de R$ 1,3 bilhão surpreendeu as duas casas. O BTG esperava algo próximo a R$ 667 milhões e a XP, R$ 682,4 milhões. Os analistas, entretanto, pontuam que este resultado foi impulsionado por efeitos não-recorrentes, como a remensuração do valor de mercado da Light (LIGT3) e também pela variação cambial sobre os eurobonds da companhia.
Cemig tem de estudar venda na Taesa para otimizar a cobrança fiscal
O BTG não comentou a venda da participação da Cemig na Taesa, que é de 21,6%. A XP, porém, afirmou que a decisão tem de ser monitorada.
“É importante monitorar qual será a estrutura que a Cemig adotará para venda de sua participação na Taesa, de modo a obter uma otimização fiscal. A Cemig tem a possibilidade de aproveitar o prejuízo contábil gerado pela venda da participação na Light, em janeiro, para reduzir o imposto que a venda da Taesa vai gerar” afirmam os analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado, da corretora.
O BTG manteve sua recomendação de compra para as ações preferenciais da Cemig, com o preço-alvo em R$ 13. A XP optou por ficar neutra, com preço-alvo em R$ 12. Às 13h45, os papéis da empresa subiam 4%, negociadas a R$ 12,92.