A Cemig (CMIG4) fechou o quarto trimestre de 2021 com lucro líquido de R$ 963 milhões, e anunciou dividendos bilionários, de quase R$ 2 bilhões.
A última linha do balanço da Cemig, assim, representa uma retração de 24,3% no comparativo anual.
O Ebitda da companhia foi de R$ 3,54 bilhões, ao passo que o Ebitda ajustado cresceu 30,4% no 4T21, totalizando R$ 1,492 bilhão.
Já a receita líquida somou R$ 9,657 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, alta de 32,9% na comparação com igual etapa de 2020.
A companhia de geração e transmissão de energia também mostra um resultado operacional em alta de 76,4% no comparativo entre o 4T21 e o 4T20, sendo o mais recente de R$ 1,624 bilhão.
Os custos e despesas operacionais foram de R$ 7,97 bilhões no trimestre, cifra que mostra um crescimento de 25,7% em relação ao 4T20. Nesse aspecto, houve alta de 22,3% no aumento de energia elétrica comprada para revenda.
Além disso, segundo o resultado da Cemig, outras altas em despesas foram registradas, como gás comprado para revenda (+75,5%), encargos de uso da rede básica de transmissão (+109,2%) e custos de construção de infraestrutura (+52,0%).
A dívida líquida da fechou o ano em R$ 8,460, retração de 8,2% em relação ao mesmo período de 2020.
“Nosso endividamento financeiro, medido pela relação dívida líquida/Lajida ajustado [dívida por Ebitda ajustado], foi de 2,38 vezes, o que demonstra a solidez financeira da Companhia e que dá sustentação à implementação do ambicioso programa de investimentos para os próximos anos. Reduzimos a nossa exposição cambial, com a recompra de US500 milhões dos bonds com vencimento previsto
para 2024, o que contribuiu também para um melhor perfil da nossa dívida”, diz a companhia em seu release de resultados.
Dividendos da Cemig
Segundo o balanço, os dividendos da Cemig serão de R$ 1,97 bilhão, sendo inclusos os valores de juros sobre capital próprio (JCP).
Serão R$ 955,38 milhões a título de juros sobre o capital próprio (JCP) e R$ 1,011 bilhão pagos como dividendos obrigatórios.
A cifra dos dividendos mostra um payout de 52%, ou 11% de dividend yield. O pagamento seria feito em duas parcelas iguais em junho e dezembro de 2022 e aguarda aprovação do seu Conselho de Administração.
XP vê bom balanço, mas acha CMIG4 cara
Ao ter contado com os dados financeiros da Cemig no 4T21, os analistas da XP destacam “fortes resultados financeiros e operacionais do 4T21, com o segmento de distribuição surpreendendo em qualidade e eficiência operacional“.
“A Cemig reportou um EBITDA Ajustado de R$ 1.492,4 milhões no 4T21, 9% superior à nossa estimativa de R$ 1.365,2 milhões. O Lucro Líquido foi de R$ 963,0 milhões, também superando nossa estimativa de R$ 548,4 milhões. A diferença pode ser atribuída à subsidiária Cemig D, que apresentou bons resultados operacionais, com redução de 1,3% nas perdas totais no comparativo anual e um gap de 14% abaixo do OPEX reportado vs OPEX regulatório”, diz o relatório.
“Sobre a Cemig D, vemos que maiores chuvas implicaram em menor consumo (-7,0%) dos clientes rurais (irrigação) e menores temperaturas impactaram os clientes residenciais (-5,8%). Apesar disso, a atividade industrial melhorou (+3,1%) e o comércio e serviços apresentaram uma clara tendência de migração da geração cativa para a distribuída, apresentando um crescimento neutro”, seguem os analistas.
Além disso, a casa destaca que ‘outros indicadores impressionaram’ e “o combate à inadimplência e às perdas está rendendo resultados com um índice de cobrança de impressionantes 98,7%”.
Apesar de enxergar os números com bons olhos, a corretora segue com recomendação neutra para as ações da Cemig, mirando um preço-alvo de R$ 13 por papel.
A cotação atual, considerando o fechamento de terça (29), antes do balanço, é de R$ 14,64 por ação preferencial da Cemig.