Celso de Mello envia à PGR pedido de apreensão do celular de Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) três notícias-crime contra o presidente da República Jair Bolsonaro.

As notícias-crime, apresentadas pelos partidos PDT, PSB e PV, solicitam novos desdobramentos na investigação sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF). Dentre as medidas, estão os pedidos de depoimento e de apreensão do celular do mandatário e de seu filho, o senador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

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“A indisponibilidade da pretensão investigatória do Estado impede, pois, que os órgãos públicos competentes ignorem aquilo que se aponta na ‘notitia criminis’, motivo pelo qual se torna imprescindível a apuração dos fatos delatados, quaisquer que possam ser as pessoas alegadamente envolvidas, ainda que se trate de alguém investido de autoridade na hierarquia da República, independentemente do Poder (Legislativo, Executivo, ou Judiciário) a que tal agente se ache vinculado”, escreveu Mello.

Portanto, agora, o pedido está sob analise da PGR, chefiada por Augusto Aras. A  procuradoria investiga os fatos narrados pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Vídeo de Bolsonaro

Outra decisão do ministro do STF envolvendo o presidente é sobre a divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. Segundo Moro, nele é possível ver que o presidente relaciona a troca da superintendência da PF à proteção de sua família.

A expectativa é que Mello decida sobre a disponibilização pública do vídeo nesta sexta até as 17h. A defesa de Moro pediu a divulgação integral do conteúdo enquanto Bolsonaro defende que só partes relacionadas ao processo sejam divulgadas..

O presidente negou ter feito referência literal à Policia Federal no vídeo da reunião. A versão de Bolsonaro, no entanto, foi contraditada pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, que prestou depoimento à PF. “Ramos se equivocou. Mas como é reunião, eu tenho o vídeo. O Ramos, se ele falou isso, se equivocou”, disse o presidente na semana passada, no Palácio da Alvorada.

“Vão cair do cavalo sobre o vídeo. Eu não falo ‘Polícia Federal’, não existe a palavra federal em todo o vídeo. Não existe a palavra Superintendência. Não existe a palavra investigação sobre filhos”, completou.

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Na última quinta-feira (21), o presidente disse que a divulgação completa seria “constrangimento”. “Vão perder amanhã, estou adiantando a decisão do ministro Celso de Mello. Não tem nada, nenhum indício, de que porventura eu interferi na Polícia Federal naquelas duas horas de fita. Mas eu só peço, não divulguem a fita toda”, pediu Jair Bolsonaro.

Poliana Santos

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